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Dilma estuda divulgar carta a religiosos
Igrejas querem que candidata se comprometa, caso eleita, com posição contrária a temas como casamento gay
Representantes de 51 denominações pedem que compromisso seja registrado; petista não disse quando o fará
FÁBIO GUIBU
ENVIADO ESPECIAL A TERESINA
Após pressão de evangélicos, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff,
disse ontem em Teresina (PI)
que estuda divulgar uma carta em que assumirá o compromisso de não modificar a
atual legislação sobre aborto
nem promover o casamento
homossexual, entre outros
temas tabus para religiosos.
A divulgação do documento foi discutida antes da viagem ao Piauí, durante reunião em Brasília com representantes de 51 denominações religiosas.
Elas exigiram de Dilma posição contrária ao casamento
gay, adoção de crianças por
homossexuais e regulamentação da função de profissionais do sexo, além da defesa
da liberdade religiosa.
E sugeriram à petista uma
"carta aberta à nação" com
esse compromisso.
"O que eu assumo é a responsabilidade de jamais
mandar ou enviar legislações, ou sancioná-las, que façam restrições ao direito das
religiões, de tomarem as posições que considerem corretas de acordo com seus credos", disse a petista no Piauí.
"O Estado brasileiro é laico, e essa legislação eu não
enviaria ao Congresso, tanto
a alteração da lei do aborto
quanto todas as outras", afirmou. Ela não disse quando
divulgará o documento.
A petista, entretanto, frisou que casamento homossexual não é sinônimo de
união civil entre pessoas de
mesmo sexo.
"O que é uma questão relativa à religião é o casamento
entre homossexuais, que aí
fica afeito às religiões", afirmou ela, durante visita a
uma entidade de reabilitação
de deficientes.
"A questão da união civil é
uma questão de direitos civis
de cidadãos", disse.
RELIGIÃO
Dilma comentou a guinada religiosa da campanha:
"Sei que tem distribuição de
manifestos, direcionamentos absolutamente equivocados a respeito da minha pessoa, da minha campanha e
do meu partido".
Para ela, considerar justa
uma eventual vitória eleitoral "baseada em preconceitos" ou em "inverdades" significa retrocesso.
Durante a visita, Dilma foi
questionada por um repórter
do jornal "Meio-Norte" se era
homossexual e reagiu: "Não
vou responder. Eu tenho
uma filha e sou avó. Pelo
amor de Deus. Não vou discutir nesse nível."
Colaborou a Sucursal de Brasília
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