São Paulo, quinta-feira, 14 de outubro de 2010

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Dilma estuda divulgar carta a religiosos

Igrejas querem que candidata se comprometa, caso eleita, com posição contrária a temas como casamento gay

Representantes de 51 denominações pedem que compromisso seja registrado; petista não disse quando o fará

FÁBIO GUIBU
ENVIADO ESPECIAL A TERESINA

Após pressão de evangélicos, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, disse ontem em Teresina (PI) que estuda divulgar uma carta em que assumirá o compromisso de não modificar a atual legislação sobre aborto nem promover o casamento homossexual, entre outros temas tabus para religiosos.
A divulgação do documento foi discutida antes da viagem ao Piauí, durante reunião em Brasília com representantes de 51 denominações religiosas.
Elas exigiram de Dilma posição contrária ao casamento gay, adoção de crianças por homossexuais e regulamentação da função de profissionais do sexo, além da defesa da liberdade religiosa.
E sugeriram à petista uma "carta aberta à nação" com esse compromisso.
"O que eu assumo é a responsabilidade de jamais mandar ou enviar legislações, ou sancioná-las, que façam restrições ao direito das religiões, de tomarem as posições que considerem corretas de acordo com seus credos", disse a petista no Piauí.
"O Estado brasileiro é laico, e essa legislação eu não enviaria ao Congresso, tanto a alteração da lei do aborto quanto todas as outras", afirmou. Ela não disse quando divulgará o documento.
A petista, entretanto, frisou que casamento homossexual não é sinônimo de união civil entre pessoas de mesmo sexo.
"O que é uma questão relativa à religião é o casamento entre homossexuais, que aí fica afeito às religiões", afirmou ela, durante visita a uma entidade de reabilitação de deficientes.
"A questão da união civil é uma questão de direitos civis de cidadãos", disse.

RELIGIÃO
Dilma comentou a guinada religiosa da campanha: "Sei que tem distribuição de manifestos, direcionamentos absolutamente equivocados a respeito da minha pessoa, da minha campanha e do meu partido".
Para ela, considerar justa uma eventual vitória eleitoral "baseada em preconceitos" ou em "inverdades" significa retrocesso.
Durante a visita, Dilma foi questionada por um repórter do jornal "Meio-Norte" se era homossexual e reagiu: "Não vou responder. Eu tenho uma filha e sou avó. Pelo amor de Deus. Não vou discutir nesse nível."


Colaborou a Sucursal de Brasília


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