São Paulo, domingo, 15 de maio de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Somos aliados, não subservientes ao PT, diz Eduardo Campos

Governador de Pernambuco afirma que essa atitude "fez o PSB crescer" e que não há por que alterar 'rumo estratégico'

Ele diz que não será candidato à Presidência em 2014 e que sigla quer ser opção para governar Estados e municípios

ELEONORA DE LUCENA
ENVIADA ESPECIAL AO RECIFE

Neto do governador Miguel Arraes (1916-2005), o governador pernambucano Eduardo Campos tem um discurso calculado e conciliador. Aos 45 anos, preside o Partido Socialista Brasileiro, o que mais cresceu nas últimas eleições. Reeleito com 83% dos votos, ele agora está nos comerciais do partido em rede nacional.
Diz que não está em campanha para a Presidência. Promete apoiar Dilma Rousseff em 2014 e afirma não está se descolando do PT. "Não há como descolar o que não está colado."
Nesta entrevista ele se declara preocupado com a economia e faz uma avaliação da cena política.

 

Folha - O sr. é candidato à Presidência em 2014?
Eduardo Campos
- Não. O cenário para 2014 aponta como natural a candidatura à reeleição da presidente Dilma. Estamos no projeto dela. Fizemos uma aliança estratégica com o PT, mantendo nossa identidade. Nunca tivemos uma posição subserviente. Essa posição fez o PSB crescer. Fomos o partido que mais cresceu nas últimas eleições. Não temos por que alterar esse rumo estratégico. Na política não tem fila.

Mas há a avaliação de que a sua campanha que está no ar significa um descolamento da presidente. O sr. fala em novo caminho pra o país.
Não há como descolar o que não está colado. Temos uma aliança política, mas temos identidades próprias. O Brasil foi caminhando, conquistamos a democracia, a Constituição, direito a ter regras estáveis, a estabilidade econômica, agora a causa da sustentabilidade, a responsabilidade fiscal. O governo do PSDB ajudou com a estabilidade fiscal. O governo Lula ajudou colocando o dedo na desigualdade. No PSB queremos ser uma opção para governar cidades, Estados.

E a Presidência?
Um dia será natural. O dia do PSB não é em 2014.

Que avaliação o sr. faz da cena política, com a base governista inchada e a oposição em crise?
Uma coisa dialoga com a outra. A oposição foi se deslocando da pauta real e ficou com uma pauta institucional. A campanha foi das mais despolitizadas. Quando isso ocorre, quem ganha sai fortalecido porque quem perde não deixa um pensamento.

Isso explica o movimento de Kassab e seu novo partido?
Sim, a falta de perspectiva, após a terceira derrota consecutiva. Leva o governo a ficar muito forte e a oposição, fragilizada. Isso é constante? Não. O quadro é dinâmico.


Texto Anterior: Imprensa: Folha é destaque em congresso de mídia que começa hoje nos EUA
Próximo Texto: Frase
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.