São Paulo, quarta-feira, 15 de junho de 2011

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Aliados já cobram verba e cargos de nova ministra

Líderes dizem a Ideli que governo sofrerá derrotas se pedidos não forem atendidos

Um dia depois tomar posse, articuladora política do governo ouve reclamações de líderes de siglas aliadas


Sérgio Lima/Folhapress
A ministra da articulação política deixa o Palácio da Alvorada após almoço com a presidente Dilma e líderes do PR

DE BRASÍLIA

Em seu primeiro dia de trabalho, a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) enfrentou cobrança de aliados por atenção, liberação de verbas e cargos.
Em reunião com líderes de partidos, foi avisada que, caso os pedidos não sejam cumpridos, o governo irá sofrer novas derrotas em votações no Congresso.
Os deputados querem a liberação até julho de metade das verbas de emendas ao Orçamento de 2011 -instrumento que permite aos parlamentares destinar recursos para bases eleitorais.
Pleiteiam ao menos R$ 6 milhões dos R$ 12 milhões reservados a cada um.
Ideli se reuniu à noite com aliados no Planalto, reunião agendada de última hora para contornar um mal-estar causado por sua ausência em outro encontro, mais cedo, na casa do deputado Lincoln Portela (PR-MG).
Ela estava em um almoço da presidente Dilma Rousseff com senadores do próprio PR, no Alvorada.
Durante a reunião, Ideli se mostrou "sensível" às reivindicações dos deputados.
Para o líder do PTB, deputado Jovair Arantes (GO), a relação da Ideli com a Câmara começa "estranha".
"A Casa deveria ser prioridade número zero. Nós [os líderes que participaram do almoço na casa de Portela] representamos mais de 340 deputados e os senadores do PR são apenas 3 ou 4", disse.
"Nossa relação é igual casamento, precisamos de afagos", completou o deputado.
Ideli, após encontro com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), tentou justificar a ausência: "Era impossível porque eram dois almoços no mesmo horário".
Além da metade das emendas do Orçamento de 2011, os deputados querem a prorrogação do prazo para liberação de emendas de orçamentos anteriores, os chamados "restos a pagar" de junho para dezembro.
"A coisa está muito devagar. Do jeito que está não vemos nem o túnel, quem dirá uma luz no fim dele", disse o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN).

PRESSÃO
Ainda como forma de pressionar Dilma, líderes da Câmara querem votar dois projetos: a emenda 29, que regulamenta o financiamento para a saúde, e a PEC 300, que cria piso nacional para salários de bombeiros e policiais.
Em reunião com os líderes partidários ontem, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), prometeu votar também a emenda 29, que regulamenta o dinheiro destinado à saúde, antes do recesso parlamentar de julho.
O assunto será tema de encontro entre ele e Ideli, marcado para amanhã. (MARIA CLARA CABRAL, VALDO CRUZ, MÁRCIO FALCÃO E GABRIELA GUERREIRO)


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