São Paulo, quarta-feira, 15 de junho de 2011 |
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Aliados já cobram verba e cargos de nova ministra Líderes dizem a Ideli que governo sofrerá derrotas se pedidos não forem atendidos Um dia depois tomar posse, articuladora política do governo ouve reclamações de líderes de siglas aliadas
DE BRASÍLIA Em seu primeiro dia de trabalho, a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) enfrentou cobrança de aliados por atenção, liberação de verbas e cargos. Em reunião com líderes de partidos, foi avisada que, caso os pedidos não sejam cumpridos, o governo irá sofrer novas derrotas em votações no Congresso. Os deputados querem a liberação até julho de metade das verbas de emendas ao Orçamento de 2011 -instrumento que permite aos parlamentares destinar recursos para bases eleitorais. Pleiteiam ao menos R$ 6 milhões dos R$ 12 milhões reservados a cada um. Ideli se reuniu à noite com aliados no Planalto, reunião agendada de última hora para contornar um mal-estar causado por sua ausência em outro encontro, mais cedo, na casa do deputado Lincoln Portela (PR-MG). Ela estava em um almoço da presidente Dilma Rousseff com senadores do próprio PR, no Alvorada. Durante a reunião, Ideli se mostrou "sensível" às reivindicações dos deputados. Para o líder do PTB, deputado Jovair Arantes (GO), a relação da Ideli com a Câmara começa "estranha". "A Casa deveria ser prioridade número zero. Nós [os líderes que participaram do almoço na casa de Portela] representamos mais de 340 deputados e os senadores do PR são apenas 3 ou 4", disse. "Nossa relação é igual casamento, precisamos de afagos", completou o deputado. Ideli, após encontro com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), tentou justificar a ausência: "Era impossível porque eram dois almoços no mesmo horário". Além da metade das emendas do Orçamento de 2011, os deputados querem a prorrogação do prazo para liberação de emendas de orçamentos anteriores, os chamados "restos a pagar" de junho para dezembro. "A coisa está muito devagar. Do jeito que está não vemos nem o túnel, quem dirá uma luz no fim dele", disse o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN). PRESSÃO Ainda como forma de pressionar Dilma, líderes da Câmara querem votar dois projetos: a emenda 29, que regulamenta o financiamento para a saúde, e a PEC 300, que cria piso nacional para salários de bombeiros e policiais. Em reunião com os líderes partidários ontem, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), prometeu votar também a emenda 29, que regulamenta o dinheiro destinado à saúde, antes do recesso parlamentar de julho. O assunto será tema de encontro entre ele e Ideli, marcado para amanhã. (MARIA CLARA CABRAL, VALDO CRUZ, MÁRCIO FALCÃO E GABRIELA GUERREIRO) Texto Anterior: Câmara: Regra para obras da Copa está na pauta Próximo Texto: Frase Índice | Comunicar Erros |
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