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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010
Dilma é produto de marqueteiro, diz Serra
Tucano afirma que rival "não consegue andar sobre suas próprias pernas" e por isso usa "máquina governamental"
O candidato disse haver
também "profissionais
da mentira" a serviço da
petista que, segundo
ele, distorcem os fatos
DE SÃO PAULO
Em mais um capítulo do tiroteio verbal entre os candidatos à Presidência José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff
(PT), o tucano afirmou ontem
que sua adversária "não consegue andar sobre suas próprias pernas" e que a candidatura da petista é "produto
de marqueteiros".
As declarações foram dadas em reação ao fato de o
presidente Luiz Inácio Lula
da Silva ter enaltecido Dilma,
anteontem, durante evento
oficial do governo federal, ao
dizer que ela "assumiu a responsabilidade de fazer esse
TAV [trem-bala]".
"Para suprir essa dificuldade [de Dilma] de andar pelas próprias pernas, entra a
máquina governamental",
afirmou o tucano, depois de
encontro com sindicalistas,
em São Paulo.
Serra disse que o uso da
"máquina governamental do
jeito que está sendo usada fere o senso de Justiça do povo
brasileiro".
O próprio Lula, antes de citar o nome da ministra, admitiu que estava infringindo a
legislação eleitoral. Ontem,
pediu "desculpas", caso tenha cometido um "erro político". O presidente já recebeu
seis multas, num total de
R$ 42,5 mil, por fazer campanha antecipada para Dilma.
O candidato tucano também citou a existência de
"profissionais da mentira" a
serviço de Dilma que, segundo ele, distorcem os fatos.
Serra negou, por exemplo,
que tenha afirmado que irá
acabar com o Ministério do
Desenvolvimento Agrário.
Mesmo assim, não deixou
de atacar o órgão, responsável pela execução da reforma
agrária no país.
"Na verdade, [o ministério] hoje é um cabide de empregos para o pessoal do MST
[Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra]", disse.
RECEITA
Ao comentar o anúncio,
pela Receita Federal, de que
já foram identificados os servidores que tiveram acesso
indevido a dados sigilosos do
vice-presidente-executivo do
PSDB, Eduardo Jorge, Serra
defendeu a divulgação dos
nomes dos servidores.
"O secretário da Receita foi
honesto ao admitir isso, mas
é insuficiente admitir, agora
tem que dar o nome", disse.
Sem citar o nome do PT,
Serra acabou responsabilizando o partido pelo acesso
aos dados de Eduardo Jorge,
que seriam usados num dossiê contra os tucanos.
"[Não é a primeira vez que]
um partido pega informações, que são sigilosas, e usa
na política, desrespeitando
os direitos dos cidadãos."
(BRENO COSTA)
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