São Paulo, quinta-feira, 15 de julho de 2010

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FOCO

Em biografia na web, Dilma aparece como precursora do laptop na política

DE BRASÍLIA

Ela era "a única que tinha laptop", conta uma amiga do Rio Grande do Sul da década de 80. Em 2002, preparando-se para assumir o Palácio do Planalto, Lula se recorda da mulher que entrou em sua sala "com um laptop na mão". Naquele momento o presidente eleito decidiu quem seria sua ministra de Minas e Energia.
Essas são cenas e depoimentos do filme de 9 minutos e 54 segundos divulgados nesta semana sobre a vida de Dilma Rousseff (endereço na web ao final deste texto). Dilma aparece como administradora. Em uma cena, circunspecta, analisa a tela de um laptop Sony Vaio ao lado do presidente Lula. O tom do programa busca enfatizar o que seria a capacidade empreendedora da petista.
Ela não teria sido apenas a precursora do uso do laptop na política, mas também de outras ideias. Por exemplo, diz o locutor, foi Dilma a primeira a falar e a defender o uso de energia eólica quando era responsável por essa área no governo gaúcho.
Como se trata de propaganda, e não de uma biografia propriamente, a petista é enaltecida do início ao fim. Repete-se a cena do programa partidário do PT, de maio, no qual Lula comparou sua candidata ao sulafricano Nelson Mandela. "Uma parte da história da Dilma me lembra muito a do Mandela", diz o presidente brasileiro.
Nota-se que é uma produção trabalhada ao longo de vários meses. Dilma dá depoimentos aparecendo ainda com seu cabelo antigo, antes do novo estilo criado pelo cabeleireiro Celso Kamura. A nova imagem só surge no final, quando o jingle da campanha martela o refrão e frase-síntese da candidata oficial: "O Lula tá com ela, eu também tô".
Junto da biografia em vídeo, a página da petista também oferece um texto de 2.113 palavras. Está aí o trecho citado ontem pela coluna "Painel", da Folha, no qual a menina Dilma protagoniza a seguinte história: "Certo dia, bateu à porta um menino tão magro e de olhos tão tristes que ela rasgou ao meio a única nota que tinha. Ficou com metade da cédula e deu a outra metade ao menino. Dilma não sabia que meio dinheiro não valia nada. Mas já sabia dividir."
Na biografia autorizada de Dilma Rousseff, o "Brasil" é citado 13 vezes. Uma a menos do que a palavra "Lula", com 14 menções no texto. (FERNANDO RODRIGUES)
Veja o vídeo de Dilma

folha.com.br/po766994


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