São Paulo, quinta-feira, 15 de julho de 2010

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NELSON DE SÁ - nelsonsa@uol.com.br

O declínio do Ocidente

ft.com
O título acima saiu na capa do "Financial Times", abaixo do logo, chamando para coluna de Martin Wolf, com a ilustração abaixo. Diz que "o terremoto dos últimos três anos destruiu o prestígio ocidental", acabando com os dois séculos de domínio econômico e intelectual. "O Ocidente nunca mais terá a palavra definitiva. A ascensão das economias mais avançadas do G20 reflete nova realidade de poder e autoridade." Em quadro, contrasta a queda na produção de EUA, Japão e Alemanha ao salto dos Brics.
Também no "FT", Edward Luce escreve sobre a "crise de credibilidade de Obama", que pode perder a maioria no Congresso, apesar das reformas financeira e da saúde. O texto termina ouvindo, de um consultor, "ainda é a economia, estúpido".




O MODELO CHINÊS
O chanceler de Cingapura, George Yeo, falou na universidade de Cambridge sobre "Como a China vai -e não vai- mudar o mundo", com eco em jornais americanos. Focou três pontos, ao tratar da "incorporação à governança global".
O primeiro é que, ao contrário dos EUA, "os chineses não têm o desejo de converter os não-chineses" ao seu sistema. Segundo, a urbanização "colossal" por que passa o país terá efeitos ainda desconhecidos. Terceiro, "a China experimenta com democracia em níveis baixos de governo", mas não vai além daí, buscando só "democracia com características chinesas". Porém "os países em desenvolvimento estudam o sistema chinês" e, "pela primeira vez, o modelo ocidental tem concorrente".

China & AL O americano Eric Farnsworth, do Inter-American Dialogue, de Washington, escreveu no "Los Angeles Times" sob o título "A China é boa para a América Latina?". Diz que já é a maior parceira de Brasil e Chile -e, ao contrário dos EUA, "promete relação comercial sem interferência política ou de políticas". Mas busca "seus próprios interesses, não necessariamente os da região" e precisaria ser questionada pelos efeitos "de longo prazo".

À espera Na manchete do Valor Online no fim do dia, "Bovespa fecha em queda, à espera dos dados da China". Segundo "analista", "se vierem bons, podem gerar mais medidas contracionistas; e, se forem fracos, a China não puxará tanto o crescimento mundial". Como adiantou o "FT" no final de semana, "todos os olhos estarão na China", que hoje vai divulgar os números do PIB e da inflação -e também estrear o estatal AgBank na Bolsa de Xangai.

A TARIFA CONTINUA
A "Foreign Policy" adiantou ontem que os democratas, em reunião informal na Câmara de Representantes, devem decidir pela manutenção da tarifa de 54 centavos por galão, sobre o etanol brasileiro, e também do subsídio de 45 centavos por galão, para o etanol de milho produzido pelos EUA. Ouve, do representante no país da Unica, lobby brasileiro de etanol, que "afronta a inteligência e a carteira" dos americanos.
O "FT", citado pela "FP", relaciona a resistência ao etanol à ascensão do protecionismo nos EUA.

BRASIL E TURQUIA, NÃO
A Reuters noticia que a chanceler da União Europeia aceitou a proposta do Irã de retomar o diálogo com as potências, mas que "deve focar o programa nuclear". E o chanceler da Rússia declarou que a participação de Brasil e Turquia no diálogo, pedida pelo Irã, não foi cogitada, segundo a agência RIA Novosti.
Na "Foreign Policy", o diplomata britânico Alastair Crooke, ex-assessor da União Europeia, escreveu que as sanções ao Irã, pelo Conselho de Segurança e depois pelos EUA, "expressaram os temores americanos diante da evaporação do respeito pela liderança dos EUA e sua preocupação com a ascensão das novas potências". Em suma, elas "visaram a tratar rudemente [stiff] duas dessas novas potências, Brasil e Turquia", que precisavam ser "colocadas na linha".

Inovação 1 Deu no blog TechCrunch e ecoou por "NYT" e "FT" a "mudança na expectativa da indústria de capital de risco para os emergentes". Pesquisa com 500 "capitalistas de risco" (venture capitalists) mostrou previsão de retração nos EUA e na Europa e de expansão nos Brics. Para o autor do levantamento, "o palco está armado para que China, Índia e Brasil se ergam como condutores de inovação".

Inovação 2 No indiano "Economic Times", com eco na "Information Week", o diretor de globalização da Cisco, empresa americana de tecnologia e serviços, selecionou o Brasil como "a próxima fronteira" -como "centro de inovação" para onde deve "transferir o que foi aprendido na Índia". Antes, na Folha, o presidente da Sony declarou que o Brasil "está prestes a se converter em outro colosso".

Leia mais, pela manhã, em www.todamidia.folha.blog.uol.com.br



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