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Presidente da Vale critica pressão de petistas
Agnelli nega atrito com o governo Lula, mas diz que "setores do PT" estão ávidos por cadeira na mineradora
Executivo diz manter
boa relação com Lula e
Dilma e rejeita tese de
suposta pressão para a
sua saída da companhia
PEDRO SOARES
ENVIADO ESPECIAL À ZÂMBIA
O presidente da Vale, Roger Agnelli, disse ontem estar
seguro no cargo e negou que
tenha sofrido pressão do governo para deixar a companhia, mas atacou setores do
PT que estariam ávidos por
"uma cadeira" dentro da mineradora, a maior companhia privada do país.
"Tem muita gente procurando uma cadeira. E é geralmente gente do PT", disse
Agnelli, ao ser indagado sobre a pressão de setores do
governo para deixar o posto.
Desde 2001 na presidência
da Vale, Agnelli disse manter
boa relação tanto com o presidente Lula como com a candidata Dilma Rousseff (PT), e
rejeitou a tese de uma suposta pressão para a sua saída
da empresa ou para que ela
realize mais investimentos.
"Fui do Conselho de Administração junto com ela [Dilma]. Temos um relacionamento muito bom. Não existe
pressão", disse Agnelli.
Segundo ele, a pressão
que sofre vem exclusivamente do Conselho de Administração e tem relação apenas
com a obtenção de resultados e a gestão da companhia.
Ele nega, portanto, a ingerência política de dois dos
maiores acionistas e vinculados ao governo: o estatal
BNDES e a Previ, fundo de
pensão do Banco do Brasil.
"Se tiver alguma pressão,
virá dos acionistas e virá na
hora que eles quiserem [trocar o comando da empresa].
Do Lula, acho que não. Ele
sempre foi muito direto e
transparente comigo. A Dilma, idem", disse.
Para Agnelli, existem setores do PT "que não aceitam a
privatização da Vale" até hoje e explicitam essa posição.
Ainda assim, o executivo
considera a sua relação
"boa" tanto como o governo
como com o partido.
"A Vale está na melhor fase da sua história e cresceu
muito durante o governo Lula", afirmou.
Segundo o executivo, a
Previ, maior acionista da
companhia, foca sua posição
dentro da Vale na busca por
resultados e no interesse dos
seus participantes -cujos
benefícios dependem do sucesso dos investimentos realizados pelo fundo.
Agnelli negou que sua relação com Previ, BNDES e governo tenham "azedado"
após a demissão de dois diretores ligados ao PT: Valter
Cover e Demian Fiocca (ex-BNDES), supostamente indicados para a Vale por José
Dirceu (ex-Casa Civil) e Guido Mantega (Fazenda).
"Demiti assim como contratei. Não consultei ninguém. Foi uma iniciativa minha", disse.
O jornalista PEDRO SOARES viajou a
convite da Vale
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