São Paulo, quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

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Dilma usa 2º escalão para aprovar R$ 545

Ministros fazem ofensiva no Congresso para tentar assegurar, hoje, aprovação do novo valor do salário mínimo

Até a presidente Dilma entrou na mobilização, convocando Carlos Lupi antes de reunião com a sigla do ministro, o PDT

MARIA CLARA CABRAL
RANIER BRAGON
DE BRASÍLIA

A um dia da votação do projeto do novo salário mínimo na Câmara, o governo escalou ministros para pressionar suas bancadas a aprovar os R$ 545. Paralelamente, manteve as negociações com as legendas para preencher cargos do segundo escalão.
Hoje, por exemplo, há previsão de reunião entre Antonio Palocci (Casa Civil) e a cúpula do PSB para discutir os pleitos da legenda para os cargos federais fora dos dois ministérios que controla: Integração Nacional e Portos.
O vice-presidente da legenda, Roberto Amaral, disse ontem após reunião da bancada de 38 deputados federais, que "todos os parlamentares do PSB votarão com a proposta do governo".
Ontem também o ministro Luiz Sérgio (Relações Institucionais) e o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, participaram de reuniões com os principais partidos. Guido Mantega (Fazenda) falou em comissão geral sobre o assunto. Já Palocci ligou para diversos deputados.
A própria presidente Dilma Rousseff entrou na mobilização, chamando o ministro Carlos Lupi (Trabalho) para uma conversa pouco antes de reunião da bancada federal do PDT, do qual Lupi é presidente licenciado.
O partido é o único foco declarado de resistência entre os aliados do governo. E as afirmações após o encontro foram praticamente unânimes a favor dos R$ 560.

OTIMISMO OFICIAL
Os cálculos dos governistas são otimistas, apostando em 360 votos, dos 513 possíveis, a favor dos R$ 545. A avaliação é que, como as indicações de cargos no governo ainda estão em andamento, ninguém quer "sair da linha" no Congresso.
"Estamos em uma situação confortável, muito melhor do que na semana passada", afirmou o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP).
O PMDB, por exemplo, chegou a soltar nota em defesa dos R$ 545 no final do dia. No PT, o único a manifestar posição contrária foi o deputado Eudes Xavier (CE).
Em sua exposição, diante de um plenário cheio de representantes das centrais sindicais, o ministro Guido Mantega disse ainda que um valor superior aos R$ 545 pode pressionar a inflação.
O líder do governo confirmou ontem que será editada uma medida provisória para corrigir a tabela do Imposto de Renda. Segundo ele, caso o valor de R$ 545 seja aprovado, a variação será de 4,5%.


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