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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010
Lula cede e dá aumento de 7,7% a aposentados
Para evitar danos à candidatura Dilma, presidente desiste de veto a reajuste
Gasto extra vai ser de
R$ 1,6 bilhão apenas neste ano; Mantega diz que haverá novo corte no Orçamento federal
FÁBIO AMATO
LARISSA GUIMARÃES
VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA
Para evitar desgastar eleitoralmente Dilma Rousseff,
sua candidata ao Planalto, o
presidente Luiz Inácio Lula
da Silva cedeu e decidiu sancionar o aumento de 7,7%
para aposentados e pensionistas do INSS que ganham
acima de um salário mínimo.
O governo defendia um
reajuste de 6,14%, mas deputados e senadores elevaram
no Congresso o índice para
7,7% e aprovaram também o
fim do fator previdenciário.
Apesar da decisão de sancionar o aumento, Lula decidiu vetar o fim do fator previdenciário -mecanismo criado no governo FHC que funciona como um redutor para
quem se aposenta pelo tempo mínimo de contribuição e
ajuda a conter o deficit da
Previdência.
O reajuste contrariou
orientação da equipe econômica, que dizia não haver dinheiro para pagar o aumento
dado pelos congressistas.
A decisão também contradiz declarações do próprio
Lula, que havia dado sinais
de que vetaria os 7,7% e afirmou que não seria influenciado pela eleição.
DESGASTE NA CAMPANHA
O presidente cogitava o veto até a sexta-feira passada.
Ontem, porém, alertado de
que o Congresso não só ressuscitaria o aumento como
poderia elevá-lo, ele decidiu
sancionar o reajuste.
Na avaliação do petista, o
tema acabaria sendo discutido novamente pelo Congresso em plena campanha, trazendo desgaste para seu governo e para Dilma.
O ministro Guido Mantega
(Fazenda), que defendia o
veto, anunciou a decisão
após reunião com Lula.
Segundo o ministro, o gasto adicional do governo com
a diferença entre os reajustes
de 6,14%, e de 7,7% será de
R$ 1,6 bilhão neste ano.
Para custear a despesa extra, o presidente autorizou
novo corte de gastos, inclusive de valores previstos para
emendas de congressistas,
que vão ter menos dinheiro
para projetos em suas bases
faltando menos de quatro
meses para as eleições.
"Lula nos autorizou a fazer
um novo corte. De modo que
garantiremos equilíbrio fiscal, solidez das contas públicas e obtenção do superavit
primário", disse Mantega.
Segundo a Previdência, o
reajuste será pago em agosto.
O valor retroativo, de janeiro
a junho, será pago no mesmo
mês, dependendo da disponibilidade de recursos.
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