São Paulo, quinta-feira, 16 de junho de 2011 |
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Patriota nega que caso Battisti abale relações com Itália Chanceler italiano diz que país irá acionar o Tribunal de Haia para contestar decisão que libertou terrorista Como protesto a não extradição de militante, cidade italiana cancela parceria comercial com município catarinense FLAVIA FOREQUE DE BRASÍLIA NATÁLIA CANCIAN DE SÃO PAULO O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, negou ontem que o impasse entre Brasil e Itália sobre a extradição do terrorista Cesare Battisti prejudique as relações diplomáticas entre os dois países. Na semana passada, depois que o Supremo Tribunal Federal determinou a libertação de Battisti, o governo italiano chamou seu embaixador no Brasil de volta. "Posso lhes assegurar que eu recolhi do chanceler da Itália uma atitude de respeito pelas instâncias jurídicas brasileiras. Não considero que o tema ameace as relações bilaterais", disse Patriota. Ele teve um encontro em Roma com o ministro italiano Franco Frattini. As declarações foram feitas durante audiência pública na Câmara. Ontem, porém, Frattini afirmou, em um programa de TV italiano, que até 25 de junho o governo vai recorrer da decisão no Comitê de Conciliação, criado com base no tratado entre Itália e Brasil. O próximo passo será levar o caso ao Tribunal Internacional de Haia. O terrorista foi solto na semana passada. Ele foi condenado à prisão perpétua na Itália por quatro assassinatos que foram cometidos na década de 1970. ACORDO CANCELADO A cidade italiana de San Polo di Piave, na região do Vêneto, suspendeu um acordo de cooperação econômica e cultural com o município de Arroio Trinta, no meio-oeste de Santa Catarina. A decisão ocorreu na última segunda-feira após votação no Conselho Comunal, órgão que representa o Legislativo na cidade italiana. De acordo com o prefeito de San Polo di Piave, Vittorio Andretta, o conselho quis dar "um forte sinal" de repúdio ao Brasil após o país ter negado a extradição de Battisti. O prefeito de Arroio Trinta, Claudio Spricigo (DEM), diz que não recebeu um comunicado oficial da cidade italiana e soube da decisão por agências de notícias. Spricigo lamentou a decisão, mas diz que entende a posição dos italianos. "Para nós, a atitude deles não foi contra Arroio Trinta, mas sim contra o governo brasileiro." No fim de semana, o prefeito escreveu uma carta ao colega italiano em que afirmava ser contrário à libertação de Battisti. "O governo não pensou nos milhões de [descendentes de] italianos que vivem no Brasil. Alguma coisa tem por trás disso", disse. O acordo era discutido desde 2009. "Há um mês o prefeito de lá me ligou. Estava tudo acertado. Iríamos em 2 de outubro para participar de um ato. Eles viriam em julho de 2012 para cá. E agora foi tudo por água abaixo", disse o prefeito. Em Arroio Trinta, segundo a prefeitura, 97% da população descende de italianos. Colaborou DANIEL RONCAGLIA, de São Paulo Com agências internacionais Texto Anterior: FOLHA.com Próximo Texto: Saúde: Ministro da Justiça se afasta depois de diagnosticar anemia Índice | Comunicar Erros |
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