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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010
Goldman enaltece Serra em eventos oficiais de SP
Ontem, sucessor atribuiu avanços na cultura a "careca" que "dorme tarde"
Assessoria afirma que declarações foram em "contexto específico" e são "registro histórico" de que Serra fez projetos
CATIA SEABRA
BRENO COSTA
DE SÃO PAULO
O governador de São Paulo, Alberto Goldman, promove o nome do candidato do
PSDB à Presidência da República, José Serra, em eventos
oficiais do Estado.
A exemplo do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva
-que, na terça, elogiou a ex-ministra e atual candidata do
PT, Dilma Rousseff, em agenda oficial- Goldman não só
enaltece a administração
Serra, mas revela sua torcida
pela eleição do tucano, sobre
palanques do Estado.
"Só espero que a gente
possa, a partir de 1º de janeiro [de 2011], fazer esse Ambulatório Médico de Especialidades, que é um projeto do
Serra, em todo o Brasil. [...] É
isso o que nós queremos -e
sabemos a capacidade que o
Serra tem de construir", discursou, durante inauguração
no dia 19 de junho, uma semana após a oficialização da
candidatura Serra.
Ontem, em discurso para
cerca de 30 artistas, no Palácio dos Bandeirantes, foi
mais cauteloso. Ao falar dos
investimentos em cultura,
evitou citar o nome de Serra,
a quem se referiu como "governador precedente".
Sucessor de Serra, Goldman alegou que seria "meio
complicado" citar o "nome
das pessoas", por conta da
legislação eleitoral. Ao seu
lado, o secretário da Cultura,
Andrea Matarazzo, ajudou:
"Pode dizer que é careca".
O governador, então,
emendou: "É careca, não
dorme, se dorme, é tarde da
noite, não sei a que horas
acorda, costuma telefonar
para a gente de madrugada,
essas coisas", disse, em alusão aos hábitos de Serra.
Mais desinibido em outras
atividades oficiais, Goldman
mencionou o nome de Serra
em 31 discursos entre os dias
7 de abril e 19 de junho, quando foi interrompida a divulgação dos pronunciamentos
no site do governo.
Em 25 de maio, na inauguração de trecho do metrô,
seus elogios foram extensivos ao candidato do PSDB ao
governo, Geraldo Alckmin.
"Duas pessoas deveriam
estar aqui e não estão [...] Não
podem estar por razões de legislação eleitoral. Mas não
posso deixar de citá-las. São
Geraldo Alckmin e José Serra. Se não estão aqui pessoalmente, estão em cada lugar
dessa linha", afirmou.
OUTRO LADO
Procurada pela Folha, a
assessoria do Palácio dos
Bandeirantes afirmou que as
"declarações do governador
Alberto Goldman foram feitas em contexto específico,
durante eventos administrativos, e são registros históricos de que obras, projetos,
ações ou serviços entregues
por ele na ocasião foram efetivamente iniciados durante
a gestão de seu antecessor,
José Serra, no governo".
A assessoria não forneceu
a íntegra dos discursos feitos
a partir do dia 19.
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