São Paulo, sábado, 16 de julho de 2011 |
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Crise leva governo a afastar mais dois nos Transportes Diretor interino e "boy" do Dnit caem após novas acusações no ministério Empreiteira de mulher de José Henrique Sadok de Sá recebeu R$ 18 mi em contratos com o governo de Rondônia DE BRASÍLIA O surgimento de novas suspeitas de corrupção e tráfico de influência aprofundou a crise no Ministério dos Transportes, iniciada há duas semanas, e obrigou o governo a demitir mais dois no Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). A presidente Dilma Rousseff trabalha para manter o episódio restrito à pasta dos Transportes, tentando afastar a crise do Planalto. Até agora, seis pessoas foram afastadas, entre elas o então ministro Alfredo Nascimento. O diretor-geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot, está formalmente de férias, mas também deve ser afastado ao retornar. O governo, segundo a Folha apurou, já tem uma lista com outros nomes a serem substituídos. Pessoas próximas ao ministro Paulo Sérgio Passos (Transportes) afirmam que a lista grifa nomes das superintendências de Mato Grosso e do Paraná, além de diretorias e coordenadorias do Dnit em Brasília. Sem dar detalhes, o próprio ministro admitiu que, "se dentro desses próximos dias houver a necessidade de fazer novos ajustes, afastar alguém, por razões objetivas de natureza moral e ética, vamos ter que tomar a decisão cabível". "BOY" Entre os afastados ontem está o "boy" Frederico Augusto de Oliveira Dias, conhecido por Fred. Filiado ao PR e indicado pelo deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP), Dias despachava desde 2008 no Dnit. Apesar de nunca ter sido nomeado, ele atuava como assessor da diretoria-geral em reuniões com prefeitos e autoridades. Em depoimento no Congresso, Pagot afirmou que Dias era apenas um "boy" no órgão. Ontem o governo determinou seu afastamento. Também foi afastado o diretor-executivo do Dnit, José Henrique Sadok de Sá. A empresa de sua mulher assinou contratos de pelo menos R$ 18 milhões para obras em rodovias federais em Roraima entre 2006 e 2011, segundo mostrou o jornal "O Estado de S. Paulo". Todas as obras foram feitos no Estado por meio de convênios com o órgão. Sadok acumula a direção interina do Dnit desde as férias de Pagot. Ele negou que tivesse influência nos negócios de sua mulher e disse não ver conflito de interesse. A CGU (Controladoria-Geral da União) investiga desde 2010 Sadok de Sá e outros servidores do Dnit por irregularidades da empresa da mulher dele em obras no Estado de Roraima. A Folha apurou que, pela manhã, após tomar conhecimento das denúncias, a presidente Dilma Rousseff telefonou para Passos afirmando que "não havia mais condições" de Sadok permanecer no cargo. Disse ainda que o afastamento efetivo do "boy" Fred precisava ser efetuado pelo ministro. À tarde, ela chamou o ministro para duas reuniões emergenciais no Planalto. O governo trabalha para que o Dnit não seja paralisado com a saída de seus dois principais dirigentes, mas o nome do substituto de Sadok não foi anunciado ontem. (ANA FLOR, SOFIA FERNANDES, DIMMI AMORA E JOSÉ ERNESTO CREDENDIO) Texto Anterior: Painel Próximo Texto: Outro lado: Empresária nega irregularidades nos contratos Índice | Comunicar Erros |
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