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ANÁLISE
Escândalos no PT? Entre a nova classe C, só se fala de outra coisa
FERNANDO CANZIAN
DE SÃO PAULO
Era previsível que os casos
"quebra de sigilos" e "Erenice Guerra" nem arranhassem, no geral, as intenções
de voto nas candidaturas Dilma, Serra e Marina.
Especialmente no Nordeste e no resto do Brasil mais
pobre e menos escolarizado.
E, principalmente, entre a
nova classe C, engordada em
30 milhões no governo Lula.
Apesar das manchetes negativas, Dilma segue favorita
e com chances de vencer em
primeiro turno: 72% dos eleitores acreditam nisso.
Anteontem, no caminho
de casa, parei em um boteco
que me intriga há tempos. No
relógio, se aproximava a hora do "Jornal Nacional", da
TV Globo. Viria carregado
dos dois casos mais recentes
e "rumorosos" contra o PT.
O Flor da Rosa e Silva fica
na rua que leva o mesmo nome, no chamado "Baixo Higienópolis" paulistano.
Costumava ser uma rua escura, de comércio popular.
Mas vem ficando mais "ajeitada" nos últimos tempos.
O bar foi recém-reformado
e é limpo. Vende PFs (pratos
feitos) de arroz, feijão e farofa
com variações da mistura
principal (frango, bife ou
costela) a preços entre R$ 7 e
R$ 8. O XEgg sai a R$ 4,50.
Salgados, a R$ 1,50.
Mas o que "bomba" mesmo à noite são espetinhos feitos em uma grelha improvisada que enche o ambiente
de fumaça. Custam R$ 2. A
cerveja, R$ 4. E o PF dá lugar
à PL (pinga com limão).
Na terça, havia mais de 30
brasileiros no local. Pedreiros, pintores, motoristas e
balconistas em fim de expediente. Espalhados por mesas de plástico nas calçadas
ou debruçados no balcão.
Na hora do "JN", o atendente aumentou o volume.
Mas não se interessou pelo
que aparecia na TV.
Entre todos os presentes,
uma única pessoa prestou
atenção aos dois maiores escândalos desta eleição.
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