São Paulo, quinta-feira, 16 de setembro de 2010

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Alckmin evita confronto com Mercadante

'Não dá pra falar mal no programa de TV e chegar aqui e não enfrentar o debate', ataca petista

'Não vim aqui para fazer bate-boca', rebateu tucano; questionado por coligação com Tiririca, senador criticou aliado

DE SÃO PAULO

Líder com folga na disputa pelo governo de São Paulo, o candidato Geraldo Alckmin (PSDB) evitou se confrontar diretamente com seu principal adversário, Aloizio Mercadante (PT), durante o debate Folha/Rede TV!, realizado ontem à noite, nos estúdios da emissora, em Osasco.
Nas duas vezes em que teve a oportunidade de perguntar a Mercadante, Alckmin acabou escolhendo Paulo Skaf (PSB) e Fábio Feldmann (PV) para responderem a perguntas sobre governo eletrônico e educação, respectivamente.
A opção de Alckmin acabou sendo criticada pelo candidato petista, que, a menos de 20 dias das eleições, tenta forçar um segundo turno na disputa sucessória em SP.
"Não dá para falar mal no programa de televisão, e chegar aqui e não enfrentar o debate", reclamou Mercadante, nas considerações finais do confronto,mediado por Kennedy Alencar, repórter especial da Folha e apresentador do programa "É Notícia!", da Rede TV!.
Por circunstâncias das regras do debate, que impediam que um candidato que já tivesse sido questionado respondesse a outra pergunta no mesmo bloco, Mercadante não teve chance de fazer perguntas a Alckmin.
Em seu programa de TV, e nas inserções, a coligação de Geraldo Alckmin vem criticando ausências de Mercadante no Senado em votações importantes para SP.

BATE-BOCA
Alckmin, também nas considerações finais, respondeu indiretamente ao petista.
"Não vim aqui para fazer bate-boca, para trazer informação errada, nem falar mal de São Paulo. Eu vim para falar de futuro", disse o tucano.
Após o debate, o petista voltou a criticar a postura do tucano. Alckmin respondeu: "Eu falo como eleitor".
Líder na corrida sucessória com 49% das intenções de voto, segundo o último Datafolha, Alckmin seria eleito no primeiro turno. Mercadante, segundo colocado, tem 23%.

TIRIRICA
Em debate morno, um dos principais ataques veio de "fogo amigo". Também apoiador da candidatura Dilma Rousseff (PT) à Presidência e candidato pelo PSB, da base aliada do presidente Lula, Skaf criticou a estratégia de Mercadante de se colar à imagem de Lula.
"Acho um pouco de pretensão sua se comparar ao presidente Lula", disse Skaf, depois de Mercadante afirmar que o presidente também não tinha experiência no Executivo antes de ser eleito, em2002.
A candidatura do palhaço Tiririca a deputado federal também foi comentada no debate, após pergunta da editora do Painel, Renata Lo Prete, a Mercadante. O palhaço é filiado ao PR, da coligação de apoio ao petista.
O candidato criticou a candidatura do palhaço, cuja votação tem potencial para ajudar a eleger outros candidatos da coligação.
"Eu entendo que tem gente insatisfeita, e pode transformar seu voto em protesto. O apelo que eu faço é que votem nos melhores. Não desperdice seu voto numa brincadeira", disse.
O petista também citou Dilma Rousseff em suas considerações finais, ao dizer representar "projeto do presidente do Lula e da Dilma, que, eu tenho convicção, será a próxima presidente."
Geraldo Alckmin, por sua vez, não citou o nome do candidato tucano à Presidência, José Serra, nenhuma vez ao longo do debate. Segundo o Datafolha, apesar da liderança folgada de Alckmin, Serra está atrás de Dilma no Estado de São Paulo.
O candidato do PSB fez críticas à cobertura das eleições pela imprensa. Com 3% das intenções de voto, defendeu o uso maciço de cavaletes nas ruas, de forma a "compensar injustiça do nosso tempo de televisão e da cobertura jornalística pelos principais jornais".
Pela primeira vez, os candidatos ao Senado na chapa de Mercadante, Marta Suplicy (PT) e Netinho (PCdoB) não foram ao debate. Eles vem disputando espaço e recursos na chapa.
Já Alckmin foi ao debate municiado de dados do governo e como apoio da cúpula da Secretaria da Comunicação do governo paulista.
A comunicação tucana investiu no evento porque poderia usar as imagens no programa de TV e rádio do horário eleitoral.

FOLHA.com
Veja a íntegra do debate
folha.com.br/mm799577


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