|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Alckmin evita confronto com Mercadante
'Não dá pra falar mal no programa de TV e chegar aqui e não enfrentar o debate', ataca petista
'Não vim aqui para fazer bate-boca', rebateu tucano; questionado por coligação com Tiririca, senador criticou aliado
DE SÃO PAULO
Líder com folga na disputa
pelo governo de São Paulo, o
candidato Geraldo Alckmin
(PSDB) evitou se confrontar
diretamente com seu principal
adversário, Aloizio Mercadante
(PT), durante o debate
Folha/Rede TV!, realizado
ontem à noite, nos estúdios da emissora,
em Osasco.
Nas duas vezes em que teve
a oportunidade de perguntar
a Mercadante, Alckmin
acabou escolhendo Paulo
Skaf (PSB) e Fábio Feldmann
(PV) para responderem a
perguntas sobre governo
eletrônico e educação,
respectivamente.
A opção de Alckmin acabou
sendo criticada pelo candidato
petista, que, a menos
de 20 dias das eleições, tenta
forçar um segundo turno na
disputa sucessória em SP.
"Não dá para falar mal no
programa de televisão, e chegar
aqui e não enfrentar o debate",
reclamou Mercadante,
nas considerações finais do
confronto,mediado por Kennedy
Alencar, repórter especial
da Folha e apresentador
do programa "É Notícia!", da
Rede TV!.
Por circunstâncias das regras
do debate, que impediam
que um candidato que
já tivesse sido questionado
respondesse a outra pergunta
no mesmo bloco, Mercadante
não teve chance de fazer perguntas a Alckmin.
Em seu programa de TV, e
nas inserções, a coligação de
Geraldo Alckmin vem criticando
ausências de Mercadante
no Senado em votações
importantes para SP.
BATE-BOCA
Alckmin, também nas
considerações finais, respondeu indiretamente ao petista.
"Não vim aqui para fazer
bate-boca, para trazer informação
errada, nem falar mal
de São Paulo. Eu vim para falar de futuro",
disse o tucano.
Após o debate, o petista
voltou a criticar a postura do
tucano. Alckmin respondeu:
"Eu falo como eleitor".
Líder na corrida sucessória
com 49% das intenções de
voto, segundo o último Datafolha,
Alckmin seria eleito no
primeiro turno. Mercadante,
segundo colocado, tem 23%.
TIRIRICA
Em debate morno, um dos
principais ataques veio de
"fogo amigo". Também
apoiador da candidatura Dilma
Rousseff (PT) à Presidência
e candidato pelo PSB, da
base aliada do presidente Lula,
Skaf criticou a estratégia
de Mercadante de se colar à
imagem de Lula.
"Acho um pouco de pretensão
sua se comparar ao
presidente Lula", disse Skaf,
depois de Mercadante afirmar
que o presidente também
não tinha experiência
no Executivo antes de ser
eleito, em2002.
A candidatura do palhaço
Tiririca a deputado federal
também foi comentada no
debate, após pergunta da
editora do Painel, Renata Lo
Prete, a Mercadante. O palhaço
é filiado ao PR, da coligação de apoio ao petista.
O candidato criticou a candidatura
do palhaço, cuja votação
tem potencial para ajudar
a eleger outros candidatos da coligação.
"Eu entendo que tem gente
insatisfeita, e pode transformar
seu voto em protesto.
O apelo que eu faço é que votem
nos melhores. Não desperdice
seu voto numa brincadeira",
disse.
O petista também citou
Dilma Rousseff em suas considerações
finais, ao dizer representar
"projeto do presidente
do Lula e da Dilma,
que, eu tenho convicção, será a próxima presidente."
Geraldo Alckmin, por sua
vez, não citou o nome do candidato
tucano à Presidência,
José Serra, nenhuma vez ao
longo do debate. Segundo o
Datafolha, apesar da liderança
folgada de Alckmin, Serra
está atrás de Dilma no Estado
de São Paulo.
O candidato do PSB fez críticas
à cobertura das eleições
pela imprensa. Com 3% das
intenções de voto, defendeu
o uso maciço de cavaletes
nas ruas, de forma a "compensar
injustiça do nosso
tempo de televisão e da cobertura
jornalística pelos
principais jornais".
Pela primeira vez, os candidatos
ao Senado na chapa
de Mercadante, Marta Suplicy
(PT) e Netinho (PCdoB)
não foram ao debate. Eles
vem disputando espaço e recursos na chapa.
Já Alckmin foi ao debate
municiado de dados do governo
e como apoio da cúpula
da Secretaria da Comunicação do governo paulista.
A comunicação tucana investiu
no evento porque poderia
usar as imagens no programa
de TV e rádio do horário eleitoral.
FOLHA.com
Veja a íntegra do debate
folha.com.br/mm799577
Texto Anterior: Maranhão: Adversários de Roseana Sarney usam operação da PF no Amapá para atacá-la Próximo Texto: Notas Índice | Comunicar Erros
|