São Paulo, quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

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Oposição volta a pedir saída de senadora

Reação contra Serys no Orçamento vem após notícia de que ela sabia que assessora é diretora de ONG beneficiada

Por meio de assessoria, relatora disse que sabia que Liane Muhlenberg participava da ONG e não que ela a dirigia

DE BRASÍLIA

A oposição voltou a defender ontem o afastamento da senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) da relatoria do Orçamento da União de 2011.
A reação foi motivada pela notícia de que a congressista sabia, há pelo menos oito meses, que sua assessora Liane Muhlenberg é diretora de uma ONG beneficiada com emendas de aliados.
No início da semana, a petista disse desconhecer a atividade da servidora. A contradição foi revelada ontem em reportagem da Folha.
"Num país sério, isso é fator de afastamento imediato. Se tivéssemos um Congresso mais responsável como Poder da República teria de se ser aberta uma CPI [comissão parlamentar de inquérito]", disse o presidente do PPS, Roberto Freire.
O líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), também comentou as irregularidades apontadas nas atividades da comissão do Orçamento.
"Essas denúncias que envolvem os dois relatores são só pontas de iceberg do que se está fazendo em relação a repasses para ONGs de fachada", afirmou.
Agripino se refere ao antecessor de Serys no cargo, senador Gim Argello (PTB-DF), que se afastou da relatoria por ter destinado R$ 3 milhões em emendas de sua cota individual para supostas entidades fantasmas do Distrito Federal.
O líder do PSDB no Senado, senador Alvaro Dias (PR), reconheceu, no entanto, que a casa terá dificuldades em tomar alguma medida formal sobre o assunto.
O Senado está sem corregedor-geral desde a morte do senador Romeu Tuma (PTB-SP), em outubro, e o Conselho de Ética da Casa está com boa parte de suas cadeiras sem indicação pelas siglas.
"O que é oportuno agora é o Tribunal de Contas da União auditar os repasses denunciados com irregularidades", disse o tucano.
A senadora Serys Slhessarenko afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não iria comentar a reportagem da Folha.
De acordo com a assessoria, a senadora sabia apenas que sua assessora participava da ONG -não que ela dirigia a instituição.
A servidora foi exonerada na última segunda-feira.


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