São Paulo, quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

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Estados não farão oposição, decide PSDB

Enquanto governadores buscarão parcerias com governo, caberá a congressistas tucanos contrapor-se a Dilma

Ideia é que a legenda estimule relações com programas federais e monte vitrines para as próximas eleições

DANIELA LIMA
ENVIADA ESPECIAL A MACEIÓ

O PSDB quer usar os oito Estados que comanda para ampliar as bases do partido em 2012 e montar vitrines de gestão para a disputa presidencial em 2014. Para isso, a sigla decidiu personificar uma oposição fragmentada.
Os governadores atuarão de forma "republicana", estimulando parcerias em investimentos e programas com o governo federal. Já o discurso de oposição à presidente eleita, Dilma Rousseff, caberá aos parlamentares da sigla.
"É consenso que o PSDB saiu das eleições diferente do que entrou", disse o senador Sérgio Guerra (PE), presidente da legenda.
As diretrizes desse novo comportamento -fruto do encolhimento que o partido sofreu nas últimas eleições- foram fechadas ontem, em Maceió, na primeira reunião entre os governadores eleitos e a direção do partido após o resultado das eleições.
Ficou decidido que os tucanos terão como prioridade a formulação de programas sociais. Também definiram que será feito um intercâmbio permanente de informações sobre projetos de sucesso e encontros trimestrais entre os governadores.
A troca de informações servirá para espalhar os programas que forem bem-sucedidos. Eles funcionarão como uma marca do partido.
O PSDB também incorporará pleitos de prefeitos e outros governantes, como a revisão do pacto federativo, para ampliar sua base de apoio.
A "refundação" da sigla, defendida pelo senador eleito Aécio Neves (PSDB-MG), também foi discutida. Todos os governadores defenderam a reformulação do partido. Discordaram, no entanto, no tom com que o fizeram.
"O PSDB foi fundado em outro momento. Precisa se renovar. É natural", afirmou o governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin.
"Todos os partidos devem se reciclar, quer nos programas, nas ideias ou nos candidatos", disse Marconi Perillo, que comandará Goiás.
Aliados do ex-governador José Serra (SP), que está afastado da discussão, se mostraram incomodados com a movimentação de Aécio. Dizem que ele tenta personificar a reformulação do partido.
Mas a pauta defendida pelo mineiro coincidiu com a dos governadores eleitos, o que mostra que ele ganhou apoio na sigla.


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