São Paulo, quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

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TODA MÍDIA

NELSON DE SÁ nelsonsa@uol.com.br

O charme de Dilma

"Financial Times" e agências entraram pela noite destacando "o primeiro teste" ou "grande teste" de Dilma, no salário mínimo. Já na cobertura nacional não havia maior dúvida quanto à aprovação.
E a Reuters mobilizou seus correspondentes para despachar no final do dia o perfil "Efetiva, mas onde está ela?", escrito por Raymond Colitt, e uma agenda para seu início de governo, sobretudo reformas. Em suma, sua "habilidade gerencial pode impulsionar a eficiência e reduzir a corrupção", porém "a aversão à mídia e o estilo abrasivo podem corroer apoio". Abre ironizando que Dilma "tem sido vista tão raramente em público que diplomatas ocidentais se referem a ela como Willy Wonka, o excêntrico recluso da fábrica de chocolate". Para um analista, "ela estabeleceu a sua liderança desde logo, mas deve trabalhar sua imagem pública". Descrevendo uma demonstração pública de carinho, a agência chega à conclusão de que Dilma "não é nenhum Lula, mas tem o seu charme".

XANGAI & SÃO PAULO
O estatal "China Daily" noticiou ontem que o "Brasil nega que vá colaborar com EUA contra China" -enfatizando que o ministro Guido Mantega "repudiou a especulação".
E o "FT" deu na home longa reportagem informando que, em resposta à anunciada concorrência de uma bolsa de valores com capital americano no Brasil, a Bovespa "está pronta para assinar um acordo, na segunda-feira, com a bolsa de valores de Xangai". Em "lista cruzada", as ações brasileiras passariam a ser negociadas durante a noite na China e vice-versa.
O próprio "FT" sublinha que "o movimento vem no momento em que a Bovespa, a quarta maior do mundo em valor de mercado, se encontra diante da perspectiva de competição".

França recua
Na manchete de papel do "Valor", "França recua ante o Brasil para evitar rachar no G20". Assis Moreira informa que "o governo francês deflagrou um esforço adicional para explicar ao Brasil que não quer "prejudicar" os países exportadores nem buscar o controle de preços das commodities agrícolas", mas apenas "deter a especulação com derivativos". Antes, "Le Monde" e outros franceses vinham noticiando que "O Brasil se oporá à regulação das matérias-primas"

O capital
Em sua reportagem de apresentação do encontro de ministros do G20, no fim de semana em Paris, o "FT" ressaltou que o francês Nicolas Sarkozy, presidente do grupo para o ano, anda "mudo" diante da dificuldade de obter "consenso". E os ministros ouvidos esperam "incrementos, não revolução". O "FT" arrisca que os debates devem focar dois temas, os controles de capital, a partir do exemplo do Brasil, e a adoção de outras moedas para reservas -a saber, o yuan chinês.

TURQUIA, MODELO PARA O BRASIL
O "Wall Street Journal" destaca que a "Turquia pode ganhar a aposta que fez nos juros". Em suma, o banco central "optou por uma saída menos convencional" do que fizeram emergentes como o Brasil e, "contra as críticas de que estava brincando com fogo, cortou as taxas". Anteontem, após dois cortes consecutivos, manteve os juros em 6,25%, sua menor taxa na história. "Há sinais de que a estratégia está dando certo, ao menos por enquanto", contra inflação e valorização.
E agora a Turquia "pode até se tornar um modelo para outros bancos centrais emergentes". Um executivo da Capital Economics propõe, mais precisamente: "Dado o alto nível dos juros reais no Brasil, eles definitivamente deveriam prestar atenção à Turquia".

FOX NEWS E OS REINOS
video.foxnews.com
Inexpressivo na cobertura da revolta árabe, o canal americano fez "exclusiva" com o chanceler da Jordânia, para quem o reino, uma "sociedade democrática, dinâmica", não vai cair

DEMOCRACIA OU A QUINTA FROTA
Ontem em editorial, o "New York Times" criticou o reino do Bahrein e sua "monarquia sunita", que nega maior participação para a "maioria xiita" do país. E criticou Obama, que "demorou demais para achar sua voz sobre o Egito", com "custo alto para a América" -destacando que agora o "Bahrein é sede para a Quinta Frota da Marinha dos Estados Unidos, e o governo está mais uma vez se debatendo para encontrar sua voz". Cobra pressão por reformas democráticas.
O jornal cobra também pressão sobre os militares do Egito, para seguirem em frente com reformas democráticas. Afinal, eles têm "laços profundos e mais de um US$ 1 bilhão de ajuda anual" dos EUA.

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