São Paulo, sexta-feira, 17 de junho de 2011

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Governo abre mão de rever Lei da Anistia

Revisão possibilitaria a punição de crimes cometidos no regime militar

Presidência afirma que prioridade é a criação da Comissão da Verdade, que está em tramitação no Congresso há um ano


DE BRASÍLIA

O governo decidiu não atuar para rever a Lei da Anistia, que possibilitaria a punição de crimes cometidos por agentes da repressão durante o regime militar.
Em manifestação no início do mês, a Advocacia-Geral da União afirmou que a questão foi encerrada ano passado, quando o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que a lei não seria revista.
A AGU se manifestou depois que a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) recorreu ao Supremo sobre o que a entidade considera omissões na decisão do ano passado.
A entidade disse que o Brasil deveria se submeter à Corte Interamericana de Direitos Humano, que considera crimes contra a humanidade aqueles cometidos por autoridades e que, portanto, não poderiam ser anistiados por leis nacionais.
O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, recomendou ao tribunal que rejeite um recurso da OAB.
Se os ministros do STF seguirem a recomendação, acabam-se as chances de rever a decisão do tribunal.
Quando era ministra da Casa Civil, em 2008, a hoje presidente Dilma Rousseff defendeu a revisão da Lei da Anistia ao dizer que os crimes cometidos por agentes de repressão durante a ditadura eram "imprescritíveis".
Na campanha, ela evitou polêmicas e passou a se dizer contra a revisão porque não queria "revanchismos".
A assessoria da Presidência disse que apenas a AGU se manifestaria sobre o tema e que a prioridade do governo é a criação da Comissão da Verdade, em tramitação no Congresso há um ano.
A AGU disse que a decisão do Supremo não tem as omissões apontadas pela OAB e que a Lei de Anistia não se submete à Corte Interamericana de Direitos Humanos porque é anterior à assinatura do tratado pelo Brasil.


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