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Saída de Marina não afetará o PV, afirma dirigente da sigla
Aliada diz que presidente da legenda não sairá e que partido é maior que ex-senadora
BERNARDO MELLO FRANCO
DE SÃO PAULO
Em meio a guerra entre
Marina Silva e a direção nacional do PV, a secretária de
Assuntos Jurídicos do partido, Vera Motta, afirmou ontem que a possível saída da
ex-presidenciável não causará prejuízo aos verdes.
Considerada o braço direito do presidente José Luiz
Penna, a dirigente afirmou
que ele não abrirá mão do
cargo, que ocupa desde 1999,
para ceder o controle da sigla
ao grupo de Marina.
"O PV não perderá nada. O
partido é maior do que qualquer pessoa", disse Motta,
sobre a possível desfiliação
da ex-senadora.
"Cada um vai ficar com o
seu legado: a Marina com o
dela e o PV com o dele. Se a
vontade dela for sair, ninguém vai contrariá-la."
A secretária criticou Marina por usar seu desempenho
da eleição presidencial como
argumento para reivindicar
mudanças na cúpula verde.
Ela afirmou que o crescimento do partido no ano passado foi "artificial" e que os
19,6 milhões de votos não podem ser atribuídos apenas às
qualidades da ex-candidata.
"Se ela sair, o crescimento
artificial vai desaparecer.
Nosso crescimento real ainda
está por vir", desafiou.
De acordo com a dirigente,
Penna tem ampla maioria na
Executiva e não renunciará
ao cargo para atender ao "desejo" da ex-candidata.
"Penna não é representante dele mesmo. Ele representa a maioria, e não é vontade
da maioria tirá-lo", disse.
"Nós somos o grupo majoritário no partido. Isso não
passará."
Motta endossou a ameaça
de instaurar uma comissão
de ética para investigar Marina e aliados pelas críticas públicas a Penna. Segundo a secretária, o tema está "em
análise" na direção da sigla.
O estatuto do PV prevê penas de advertência a expulsão a quem atentar contra a
"boa imagem partidária".
A ameaça começou a circular em abril e foi divulgada
na internet por Patrícia Penna, mulher do presidente.
Ontem, Vera Motta acusou
Marina de ignorar a hierarquia partidária e tentar controlar o partido "sozinha".
Penna evita declarações
públicas sobre o assunto.
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