São Paulo, sexta-feira, 17 de junho de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

BC vê cenário melhor, mas indica nova alta de juros

Economistas apostam em mais uma elevação da taxa para combater a inflação

Projeção para alta de preços em 2011 caiu em relação à estimada no final de abril, mas ainda há incertezas no cenário


EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA

O Banco Central vê melhora no cenário para a inflação em 2011, mas as projeções para o próximo ano continuam acima da meta de 4,5%, o que deve exigir novo aumento dos juros para conter a escalada dos preços.
Ontem, foi divulgada a ata da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC) da semana passada, quando a taxa básica de juros Selic foi elevada de 12% para 12,25% ao ano.
O texto reforça a avaliação de alguns economistas de que o ciclo de aumentos deve terminar em julho, com mais uma elevação de 0,25 ponto percentual na taxa.
Mas deixa também uma porta aberta para futuras elevações, se necessário, embora economistas achem esse cenário menos provável.
Na ata, o BC diz que a projeção da instituição para a inflação em 2011 caiu em relação ao estimado no final de abril. Em relação a 2012, ficou estável. As duas previsões estão acima da meta central fixada pelo governo, de 4,5%.
O Copom reafirma no documento que manter os juros em alta "por um período suficientemente prolongado" continua sendo a estratégia mais adequada.
Para o BC, informações preliminares sobre o segundo trimestre mostram moderação da demanda, em ritmo incerto, mas diz que as perspectivas ainda são favoráveis para a atividade econômica.
O documento destaca uma preocupação do comitê com o fato de a produção estar se desacelerando enquanto o mercado de trabalho continua aquecido. A falta de sintonia entre oferta e demanda pode ser um fator adicional para pressionar os preços.
Apesar da perda na força da recuperação econômica de países desenvolvidos, o BC diz que o comportamento dos preços de produtos negociados no mercado internacional está "envolto em grande incerteza".
Também vê riscos relacionados a falta de mão de obra e a aumentos de salário acima dos ganhos de produtividade das empresas (o volume produzido por custo da hora trabalhada).
Para a economista-chefe da Icap Brasil, Inês Filipa, a ata mostra um cenário mais favorável para a inflação, o que aumenta a possibilidade de que o BC encerre o ciclo de alta dos juros em julho.
Essa é a mesma avaliação do economista-chefe da Prosper Corretora, Eduardo Velho. Para ele, a ata não surpreendeu, ao apontar que será mantida a estratégia de combate à inflação.
Os dois avaliam que a instituição deixou espaço para esticar o processo de aperto, se necessário, para garantir a queda da inflação em 2012.
Bradesco e Itaú também consideram provável apenas mais uma alta nos juros.
O BC informou ainda que projeta reajuste da gasolina de 4% neste ano, quase o dobro da previsão de abril (2,2%). Apesar de maior, o valor significa uma reversão de parte do reajuste de 10,5% verificado até maio.


Texto Anterior: Rio Grande do Norte: Presidente municipal do PT é assassinado em Serra do Mel
Próximo Texto: Tesouro repassa ao BNDES metade do total previsto
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.