São Paulo, sexta-feira, 17 de setembro de 2010

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Serra defende punição de "todos os responsáveis"

DE CAMPINAS
DE BRASÍLIA

O candidato à Presidência pelo PSDB, José Serra, disse ontem, em Campinas (93 km de SP), que a saída da ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra é "um primeiro passo" e derruba a tese adversária de que as denúncias tinham "um caráter eleitoral".
"Hoje, o que se precisa de fato é uma investigação séria, que não jogue areia nos olhos dos brasileiros. Pelo contrário, jogue luz sobre este escândalo para que todos os responsáveis diretos e indiretos possam ser punidos. Essa é uma questão do nosso país, não é uma questão de uma candidatura", disse.
Uma empresa de Campinas confirma, segundo reportagem da Folha, que um lobby opera dentro da Casa Civil e acusa Israel Guerra, filho de Erenice, de cobrar dinheiro para obter liberação de empréstimo no BNDES.
"A saída [da ministra] é um primeiro passo. Tem que ver as investigações agora, porque até ontem [anteontem] estavam dizendo que era uma jogada eleitoral", disse.
Para o tucano, a campanha da candidata à Presidência pelo PT, Dilma Rousseff, usa como "pretexto" a alegação de que as denúncias têm "caráter eleitoral".
"Agora, todo escândalo que aparece sempre tem um pretexto. [Dizem que] é a eleição, que são denúncias de caráter eleitoral. A prova é que o governo foi obrigado a afastar essa toda poderosa ministra", disse Serra.
O candidato afirmou ainda que a saída da ex-ministra e as acusações têm a ver "com os rumos do Brasil".
"Essa não é uma questão eleitoral, é uma questão que tem a ver com os rumos do Brasil. São sucessivos escândalos na Casa Civil nos últimos anos, um mau exemplo para o Brasil e também um problema grave para o funcionamento do governo. Eu não falo aqui como candidato, eu falo como brasileiro."
Quando questionado se a saída da ministra poderia ter reflexos na campanha eleitoral, Serra negou. "Eu não estou vendo desse ângulo."
"Eu tenho certeza de que a população brasileira não é tolerante com esse tipo de coisa. A Casa Civil é considerado o principal ministério do governo e nós temos tido gestão após gestão escândalos nessa área, isso não pode mais acontecer", disse.
Serra realizou uma caminhada de uma hora pelas principais ruas e avenidas do centro de Campinas.
Uma mulher que se identificou apenas como professora cobrou de Serra, aos berros, melhores salários aos docentes.

OPOSIÇÃO
O presidente do DEM, Rodrigo Maia, disse ser impossível dissociar a atuação de Erenice da candidata do PT. "Ela [Dilma] já está com a perna engessada, já está mancando e vai ter dificuldades no futuro. Vamos ter segundo turno e vai ser bom para o Brasil", afirmou, em referência à bota ortopédica que a petista passou a usar esta semana.
Para o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), a demissão de Erenice não é suficiente para encerrar o episódio. "Ela tem que ser responsabilizada criminalmente. Vão aparecer novos casos [de corrupção] na Casa Civil."


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