São Paulo, sábado, 17 de setembro de 2011

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mercado em cima da hora

Importador promete guerra comercial

Associação diz que aumento de imposto é causado por indústria nacional para acabar com a concorrência

China e Coreia, afetados por medida, devem enfrentar país na OMC; JAC ameaça cancelar fábrica no Brasil

DE SÃO PAULO
DE BRASÍLIA


A Abeiva (associação brasileira dos importadores de veículos) reagiu ao aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) a carros importados e afirmou que a medida é resultado do lobby da indústria nacional para acabar com a concorrência.
Segundo o presidente da associação, José Luiz Gandini, sem a disputa de mercado com os veículos importados, os fabricantes nacionais podem elevar os preços. "Com a concorrência, impedimos o aumento dos preços no mercado", afirmou.
Ele sugeriu que China e Coreia, países mais afetados pelas novas barreiras, devem enfrentar o Brasil na OMC (Organização Mundial do Comércio) contra a decisão.
A reação veio um dia após o governo anunciar o aumento do imposto às empresas que não atenderem às novas regras de investimento, entre elas a de preencher pelo menos 6 de 11 requisitos para fabricação no país e garantir 65% de conteúdo nacional.
O presidente da associação disse ainda que o prazo dado pelo governo para se enquadrar na nova medida, de 45 dias, é inconstitucional e que vai recorrer à Justiça caso a presidente Dilma Rousseff não adapte o prazo à legislação federal vigente.
A Abeiva é formada por 25 empresas importadoras, entre elas Kia, JAC, Chery, Land Rover, BMW, Suzuki e Volvo. Segundo dados da associação, as empresas correspondem a 5,8% dos carros comercializados de janeiro a agosto deste ano no país.
"Se considerarmos somente os carros de nossas associadas que concorrem diretamente com a indústria local, que é na faixa até R$ 60 mil, a participação dos importados cai para 3,3%", disse o presidente da Abeiva e representante da Kia no Brasil.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, justificou a medida como forma de fortalecer a produção nacional, manter os empregos na indústria e ajudar a resolver o problema atual de excesso de estoque das montadoras.

'DESCULPA'
Para o presidente da JAC Motors no país, Sérgio Habib, as fabricantes nacionais usaram a "desculpa" do emprego no lobby para obter o aumento. "Não somos responsáveis pela redução dos empregos. Representamos 3,3% no mercado", disse.
A JAC Motors pretende usar o projeto de sua fábrica no país para tentar alterar pontos do decreto que aumenta o IPI para carros importados.
A montadora chinesa já anunciou investimento de US$ 600 milhões numa unidade fabril em local ainda indefinido. O projeto prevê a produção de 100 mil veículos por ano, e o cronograma prevê operação a partir de 2014.
O presidente da JAC no Brasil, Sérgio Habib, disse ontem que o decreto inviabiliza a construção da fábrica.
Para o executivo, nenhum grupo de fora tem condições de investir no país diante das medidas anunciadas na quinta-feira passada pelo governo Dilma.


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