São Paulo, domingo, 17 de outubro de 2010

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Novo fôlego

O quadro de estabilidade detectado pelo mais recente Datafolha sobre a disputa pelo Planalto tende a aliviar as críticas internas ao comando da campanha de Dilma Rousseff, que desde a passagem para o segundo turno foi obrigado a acatar, sem direito a recurso, as mudanças recomendadas por Lula e por aliados recrutados pelo presidente para reforçar o time.
Ao mesmo tempo, os números da pesquisa reforçam a posição dos que defenderam a mudança de tom da candidata e de sua propaganda. Tudo indica que a Dilma mais "assertiva" veio para ficar.



Veja bem De Lula, relativizando, em conversa com o marqueteiro João Santana, os resultados de pesquisas qualitativas internas: "João, os grupos não dizem tudo".

Extremos Dilma treinou especialmente para melhorar a performance na abertura e no encerramento do debate Folha/Rede TV!. As considerações finais da candidata ainda são consideradas insatisfatórias. E, na primeira intervenção, ela está devendo uma atitude "mais simpática", cobram petistas.

Ironia... No início da campanha, petistas fizeram de tudo para se aproximar, com a ajuda de neoaliados como Gabriel Chalita (PSB-SP), da Canção Nova, de olho no potencial midiático dessa comunidade católica.

...do destino Entretanto, são da Canção Nova alguns dos padres mais inflamados na pregação contra o voto em Dilma. Há quem anuncie greve de fome pela derrota da petista.

Abafa o caso A cúpula do PMDB fez de tudo para evitar que o ex-governador Newton Cardoso sentasse à mesa principal da entrevista coletiva que se seguiu à reunião do partido na sexta, em Belo Horizonte, na qual foram definidas providências pró-Dilma em Minas.

Vacina A campanha de José Serra (PSDB) pretende repetir eventos setorizados como o de sexta-feira, voltado à educação. O próximo será com profissionais da saúde. O objetivo é neutralizar as críticas de Dilma aos programas implantados pelo tucano no governo paulista.

Caserna Com o slogan "Petista bom é petista sem mandato", o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) anunciou apoio a Serra, contrariando a posição nacional de seu partido. Reeleito para o sexto mandato com 120 mil votos, ele diz ter comunicado a decisão ao tucano e minimiza retaliações. "Podem me pressionar, mas não vou contrariar meus princípios."

DNA Recordista de votos em SP, Bruno Covas, neto de Mário Covas, desponta como favorito para presidir a Assembleia em 2011. Embora o PT tenha eleito a maior bancada, com 24 deputados, a maioria governista não abdicará do comando da Casa.

Toga justa 1 A campanha para escolher, em novembro, o sucessor de Mozart Valadares na Associação dos Magistrados Brasileiros reproduz o clima eleitoral do país. Nelson Calandra (SP), da oposição, rejeitou a votação pela internet por temer um "processo viciado" e acusou a AMB de fornecer lista incompleta dos sócios.

Toga justa 2 Em nota, a AMB, que apoia a candidatura do juiz Gervásio Santos (MA), considerou o ataque "injusto e leviano". E repudiou a acusação da oposição, para a qual a entidade que pregou a Ficha Limpa para os políticos quer agora "sujar" a eleição dos juízes.


com LETÍCIA SANDER e FABIO ZAMBELI

tiroteio

"Depois da Dilma de Calcutá, faltam Erenice de Jericó e Israel de Jerusalém. Aí sim a trindade estará completa."
DO DEPUTADO ESTADUAL CELSO GIGLIO (PSDB-SP), comentando o paralelo, estabelecido na propaganda de TV, entre a candidata petista e Madre Teresa.

contraponto

Último a saber

Para ilustrar sua convicção de que Serra pode conquistar apoios no Nordeste, onde perdeu de goleada para Dilma no primeiro turno, o deputado Jutahy Jr. (PSDB-BA), um dos políticos mais próximos do tucano, recorre a uma história ocorrida durante eleição no município baiano de Queimadas. Iniciada a apuração, um vereador percebeu que seu candidato a prefeito seria derrotado. Caminhou até ele e disse, indignado:
-Você me garantiu que ganharia!
Em seguida, sentindo-se liberado do compromisso, anunciou apoio ao iminente vencedor.


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