São Paulo, domingo, 17 de outubro de 2010

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A grande família

MATHEUS MAGENTA
DE SALVADOR

ESTELITA HASS CARAZZAI
DE SÃO PAULO

A "bancada de parentes" -formada por familiares de políticos que têm ou tiveram cargo público eletivo- terá em 2011 ao menos 126 eleitos para o Congresso, segundo levantamento da Folha.
O grupo -112 deputados federais e 14 senadores- é composto principalmente por filhos, mulheres e irmãos ajudados nas eleições do início deste mês por familiares.
Para o cientista político e professor da UFPR (Universidade Federal do Paraná) Ricardo Costa de Oliveira, "é quase impossível" alguém se eleger sem "rede política".
Segundo ele, a eleição de familiares ao Congresso se intensifica com a solidificação da democracia e causa a "oligarquização" da política.
Costa explica que, com a democracia consolidada, o Congresso vira "um círculo fechado", o que diminui a transparência.
A fragilidade dos partidos políticos também ajuda a explicar o fenômeno, diz o professor João Emanuel Evangelista, da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), para quem "a família está substituindo o partido".
"Em partidos fortes, a burocracia cria relações de confiança para que você possa se projetar politicamente", diz.
Costa observa que o crescimento das cidades médias dá aos prefeitos poder de fogo para eleger deputados federais -exemplo é Bruna Furlan (PSDB), filha do prefeito de Barueri (SP) e eleita deputada com a terceira maior votação do Estado.


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