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A grande família
MATHEUS MAGENTA
DE SALVADOR
ESTELITA HASS CARAZZAI
DE SÃO PAULO
A "bancada de parentes"
-formada por familiares de
políticos que têm ou tiveram
cargo público eletivo- terá
em 2011 ao menos 126 eleitos
para o Congresso, segundo
levantamento da Folha.
O grupo -112 deputados
federais e 14 senadores- é
composto principalmente
por filhos, mulheres e irmãos
ajudados nas eleições do início deste mês por familiares.
Para o cientista político e
professor da UFPR (Universidade Federal do Paraná) Ricardo Costa de Oliveira, "é
quase impossível" alguém se
eleger sem "rede política".
Segundo ele, a eleição de
familiares ao Congresso se
intensifica com a solidificação da democracia e causa a
"oligarquização" da política.
Costa explica que, com a
democracia consolidada, o
Congresso vira "um círculo
fechado", o que diminui a
transparência.
A fragilidade dos partidos
políticos também ajuda a explicar o fenômeno, diz o professor João Emanuel Evangelista, da UFRN (Universidade
Federal do Rio Grande do
Norte), para quem "a família
está substituindo o partido".
"Em partidos fortes, a burocracia cria relações de confiança para que você possa se
projetar politicamente", diz.
Costa observa que o crescimento das cidades médias dá
aos prefeitos poder de fogo
para eleger deputados federais -exemplo é Bruna Furlan (PSDB), filha do prefeito
de Barueri (SP) e eleita deputada com a terceira maior votação do Estado.
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