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61 políticos eleitos são proprietários de rádios ou TVs
Reeleitos, Antônio Bulhões e Arolde Oliveira atuam em comissão que regula concessões
FELIPE BÄCHTOLD
SÍLVIA FREIRE
DE SÃO PAULO
Afiliadas da Globo, da Record, do SBT e da Band e uma
série de pequenas rádios são
de propriedade de 61 políticos eleitos no último dia 3. O
patrimônio declarado em
empresas de rádio e TV é de
cerca de R$ 15 milhões.
Na campanha, esses meios
de comunicação podem, em
tese, ajudar a promover a
imagem de seus sócios.
Levantamento da Folha
com declarações de bens localizou 91 participações em
rádio e TV. Entre elas, o senador José Agripino Maia
(DEM-RN) e as famílias de Jader Barbalho (PMDB-PA), Renan Calheiros (PMDB-AL) e
José Sarney (PMDB-MA).
A lei permite que ocupantes de cargos no Executivo ou
Legislativo sejam sócios de
empresas de rádio e TV e
proíbe que estejam à frente
da gestão das emissoras, o
que é pouco fiscalizado.
O maior patrimônio declarado é de Júlio Campos
(DEM-MT), eleito deputado
federal: uma rede de TV de
R$ 2,9 milhões. A seguir, vêm
os irmãos Roseana (DEM) e
Zequinha Sarney (PV).
Dos 61 eleitos, pelo menos
dois deputados participam
da Comissão de Comunicação da Câmara, que aprova
as renovações de rádio e TV:
Antônio Bulhões (PRB-SP) e
Arolde Oliveira (DEM-RJ).
Também fazem parte Jader
Barbalho e Beto Mansur (PP-SP), que ainda dependem da
decisão da Justiça sobre a Lei
da Ficha Limpa para ter novos mandatos.
No Maranhão, as quatro
maiores TVs estão nas mãos
de políticos.
A Globo local pertence à
família Sarney. A família do
senador Edson Lobão é ligada ao SBT. A Record é da família do deputado Roberto
Rocha (PSDB), e a Band, ligada a Manuel Ribeiro (PTB),
eleito deputado estadual.
O ex-presidente do Senado
Garibaldi Alves (PMDB) tem
participação na rádio Cabugi
do Seridó, no Rio Grande do
Norte, ligada à família dele.
No site da emissora, antes da
eleição, havia notícias elogiosas a ele, que se reelegeu.
Para Celso Schröder, presidente da Federação Nacional
dos Jornalistas, o lado fiscalizador fica enfraquecido com
a ligação com políticos.
OUTRO LADO
Arolde Oliveira, sócio da
rádio Mundo Jovem, diz que
a Justiça Eleitoral fiscaliza de
forma eficiente o possível
uso de emissoras de rádio e
TV nas campanhas. "Não
existe uso político", disse.
Procurado pela Folha, Garibaldi Alves disse que apresenta programas de rádio,
como "prestação de contas"
à população.
O deputado Antônio Bulhões disse que já se desfez
dessas propriedades.
O deputado eleito Júlio
Campos não foi encontrado
para falar sobre o assunto. A
assessoria de Roseana Sarney não comentou.
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