São Paulo, domingo, 17 de outubro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.

61 políticos eleitos são proprietários de rádios ou TVs

Reeleitos, Antônio Bulhões e Arolde Oliveira atuam em comissão que regula concessões

FELIPE BÄCHTOLD
SÍLVIA FREIRE

DE SÃO PAULO

Afiliadas da Globo, da Record, do SBT e da Band e uma série de pequenas rádios são de propriedade de 61 políticos eleitos no último dia 3. O patrimônio declarado em empresas de rádio e TV é de cerca de R$ 15 milhões.
Na campanha, esses meios de comunicação podem, em tese, ajudar a promover a imagem de seus sócios.
Levantamento da Folha com declarações de bens localizou 91 participações em rádio e TV. Entre elas, o senador José Agripino Maia (DEM-RN) e as famílias de Jader Barbalho (PMDB-PA), Renan Calheiros (PMDB-AL) e José Sarney (PMDB-MA).
A lei permite que ocupantes de cargos no Executivo ou Legislativo sejam sócios de empresas de rádio e TV e proíbe que estejam à frente da gestão das emissoras, o que é pouco fiscalizado.
O maior patrimônio declarado é de Júlio Campos (DEM-MT), eleito deputado federal: uma rede de TV de R$ 2,9 milhões. A seguir, vêm os irmãos Roseana (DEM) e Zequinha Sarney (PV).
Dos 61 eleitos, pelo menos dois deputados participam da Comissão de Comunicação da Câmara, que aprova as renovações de rádio e TV: Antônio Bulhões (PRB-SP) e Arolde Oliveira (DEM-RJ).
Também fazem parte Jader Barbalho e Beto Mansur (PP-SP), que ainda dependem da decisão da Justiça sobre a Lei da Ficha Limpa para ter novos mandatos.
No Maranhão, as quatro maiores TVs estão nas mãos de políticos.
A Globo local pertence à família Sarney. A família do senador Edson Lobão é ligada ao SBT. A Record é da família do deputado Roberto Rocha (PSDB), e a Band, ligada a Manuel Ribeiro (PTB), eleito deputado estadual.
O ex-presidente do Senado Garibaldi Alves (PMDB) tem participação na rádio Cabugi do Seridó, no Rio Grande do Norte, ligada à família dele. No site da emissora, antes da eleição, havia notícias elogiosas a ele, que se reelegeu.
Para Celso Schröder, presidente da Federação Nacional dos Jornalistas, o lado fiscalizador fica enfraquecido com a ligação com políticos.

OUTRO LADO
Arolde Oliveira, sócio da rádio Mundo Jovem, diz que a Justiça Eleitoral fiscaliza de forma eficiente o possível uso de emissoras de rádio e TV nas campanhas. "Não existe uso político", disse.
Procurado pela Folha, Garibaldi Alves disse que apresenta programas de rádio, como "prestação de contas" à população.
O deputado Antônio Bulhões disse que já se desfez dessas propriedades.
O deputado eleito Júlio Campos não foi encontrado para falar sobre o assunto. A assessoria de Roseana Sarney não comentou.


Texto Anterior: Começa segunda edição do Folha Memória
Próximo Texto: PF investiga fraude em títulos de eleitor em cartórios do MA
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.