São Paulo, sexta-feira, 17 de dezembro de 2010 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Alckmin mantém secretário da Segurança Antônio Ferreira Pinto não terá mais sob sua gestão o Detran, que passa a ser subordinado à Secretaria de Gestão Denarc também vai passar por mudanças; secretário afirma que "rendimento [do órgão] deveria ser melhor"
CATIA SEABRA DE SÃO PAULO Mantido no cargo, o secretário de Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto, assumirá uma agenda que promete controvérsia no governo de Geraldo Alckmin. Ao anunciar ontem a permanência de Ferreira Pinto, Alckmin antecipou a decisão de retirar o Detran (Departamento Estadual de Trânsito) do controle da Polícia Civil. A partir de janeiro, o Detran será subordinado à Secretaria de Gestão. Além da mudança da estrutura do Detran -foco de resistência na polícia- Ferreira Pinto substituirá a direção do Denarc (Departamento de Narcóticos). "Não estou satisfeito com a atuação do Denarc. O rendimento deveria ser melhor. Está deixando a desejar", disse, afirmando que o tráfico de drogas é um flagelo e admitindo outras alterações. A permanência de Ferreira Pinto produz reação na corporação, num momento em que cerca de 800 dos 3.313 delegados de SP (24%) são investigados pela Corregedoria. Ontem, ele afirmou que "manterá o ritmo de combate à corrupção". Sua permanência também sofre restrições na própria equipe de Alckmin. Ex-secretário de Segurança e futuro secretário de Transportes, Saulo de Castro Abreu, é um dos desafetos de Ferreira Pinto. O secretário de Administração Penitenciária, Lourival Gomes, também será mantido no cargo. No anúncio, Alckmin elogiou a atuação dos dois à frente da área de segurança. Mas prometeu aperfeiçoamento, como a retirada de cerca de 8.000 presos de cadeias públicas. Ao falar da transferência do Detran para a Gestão, Alckmin justificou: "Vamos para uma gestão melhor. E liberar os policiais para sua atividade-fim". Segundo Ferreira Pinto, cerca de mil policiais voltarão às ruas com a medida. Ex-secretário de gestão, Sidney Beraldo afirmou que, com a transferência, a estrutura dos Poupatempos será usada para serviços hoje concentrados no Detran. O anúncio de Ferreira Pinto causou um efeito colateral na equipe do atual governo. Incomodado com a indefinição sobre seu futuro, o secretário de Educação, Paulo Renato Souza, avisou que não vai mais esperar por Alckmin e sairá do governo. Procurado por Beraldo, principal articulador político de Alckmin, Paulo Renato disse que não aceitaria ser transferido para outro cargo. Em mais uma reação à aproximação de Gilberto Kassab (DEM) com o PMDB, Alckmin se reuniu com deputados eleitos de PDT e PSB e ofereceu-lhes a possibilidade de participação no governo. Segundo interlocutores, a intenção é contar com essas siglas para projetos eleitorais do PSDB. Texto Anterior: Congressista custará R$ 128 mil por mês Próximo Texto: Reitor da Unesp é mais cotado para Educação Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |