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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010
Delegado confirma versão sobre dossiê
No Congresso, Onézimo Sousa repete que membros da pré-campanha de Dilma lhe pediram para vigiar Serra
Em comissão, ex-PF diz
que ideia era grampear
tucano e relata ameaça;
advogados de acusados
ameaçam processá-lo
DE BRASÍLIA
O delegado aposentado da
Polícia Federal Onézimo das
Graças Sousa reafirmou ontem diante de uma comissão
do Congresso que foi procurado por integrantes da pré-campanha de Dilma Rousseff
(PT) à Presidência para produzir dossiê contra o candidato tucano José Serra.
Ele disse ter se reunido em
abril com o jornalista Luiz
Lanzetta, então responsável
pela área de imprensa da pré-campanha de Dilma, em restaurante de Brasília.
Sousa afirmou que o jornalista Amaury Ribeiro Jr., também presente ao encontro,
disse que já tinha "dois tiros
fatais" contra Serra. Um deles envolveria informações
sobre sua filha, Verônica.
O delegado afirmou que,
além de Lanzetta e Ribeiro
Jr., participou da reunião o
empresário do setor gráfico
Benedito de Oliveira Neto, o
Bené, que tem vários contratos com o governo federal.
Sousa depôs na Comissão
de Controle das Atividades
de Inteligência do Congresso, a convite da oposição.
Ele disse que apresentou o
orçamento de R$ 1,6 milhão
em dez meses para monitorar
uma das casas usadas pela
campanha, no Lago Sul, onde estariam ocorrendo vazamentos de informações.
Ele afirmou que os interlocutores atribuíram o "fogo
amigo" a Valdemir Garreta e
Rui Falcão, do PT paulista.
Segundo Sousa, em seguida Lanzetta lhe propôs fazer
um dossiê contra Serra. "Eu
não aceitei e não voltei mais
a falar com essas pessoas."
Questionado se o levantamento envolvia grampo, respondeu: "Me disseram que
queriam saber tudo sobre o
candidato. Como posso saber
tudo sobre uma pessoa?".
O delegado disse ainda
que, após o caso vir à tona,
recebeu ameaça por e-mail.
OUTRO LADO
O advogado de Lanzetta,
Antonio dos Santos Jr., disse
que o depoimento foi "confuso e genérico" e que Onézimo
"será acionado legalmente".
O comitê petista nega que
Ribeiro Jr. tenha integrado a
pré-campanha de Dilma. O
jornalista também disse que
irá processar o delegado.
(NOELI MENEZES E RUBENS VALENTE)
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