São Paulo, segunda-feira, 18 de julho de 2011

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Empresário acusa Pagot de negociar benefícios em MT

Hélio Moraga afirmou em depoimento que diretor do Dnit teria pedido uma casa para o tio em troca de obras

Então secretário de Blairo Maggi, Pagot não foi denunciado pois as autoridades municipais eram o foco do inquérito

BRENO COSTA
DE BRASÍLIA

Um empresário acusa o diretor-geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot, de cobrar e obter do prefeito de Lucas do Rio Verde (MT), Marino Franz (PPS), uma casa em troca de obras e outros benefícios para o município.
A acusação foi feita em 2008 por Hélio Moraga, 37, depois de um acordo de delação premiada proposto pelo Ministério Público de Mato Grosso em um inquérito que gerou a denúncia de 24 pessoas por improbidade administrativa.
Pagot não era investigado e não foi denunciado já que o foco do inquérito eram irregularidades cometidas por autoridades do município.
A Folha obteve trechos do inquérito. Em depoimento prestado à Polícia Civil e ao Ministério Público em julho de 2008, Moraga afirma que houve "um acerto" entre ele, a prefeitura e Pagot. Moraga era sócio do secretário municipal de Obras, Rafael Balizardo, um dos denunciados.
"Em 2005, Rafael Balizardo procurou o depoente [Moraga] dizendo que Luiz Antônio Pagot traria alguns benefícios para Lucas e em troca eles teriam que ajudar João Pagot a construir uma casa", diz o depoimento.
João Pagot é tio do diretor-geral do Dnit e ainda mora na casa que, segundo Moraga, tem cerca de 200 m 2.
À Folha Moraga confirmou o teor do depoimento e do suposto acordo entre Pagot e autoridades municipais. O empresário diz ter recebido cerca de R$ 130 mil do prefeito e da prefeitura para a construção da casa.
Moraga entregou aos investigadores recibos e notas fiscais que comprovariam os repasses de dinheiro.
Em julho de 2006, o município fechou um convênio com o Dnit, no valor de R$ 5,5 milhões, para a construção de um viaduto no município.
Na época, Pagot ainda não era o diretor-geral do órgão -era chefe da Casa Civil do governo Blairo Maggi-, mas o PR, seu partido, já comandava o Ministério dos Transportes.
O TCU mandou interromper o convênio em 2007, após verificar "graves irregularidades" na licitação feita pela prefeitura.


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