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Grampos telefônicos aumentam no país
Número de telefones grampeados por ordem judicial até maio chega a mais de 18 mil
FELIPE SELIGMAN
DE BRASÍLIA
Em ano eleitoral, cresceu o
número de telefones grampeados com autorização judicial. Segundo o CNJ (Conselho Nacional de Justiça),
houve um aumento de 65,6%
no total de escutas de maio
de 2009 para o mesmo mês
deste ano, passando de
11.035 para 18.271 aparelhos
sob monitoramento.
Segundo o balanço obtido
pela Folha, os números de
telefones grampeados mantiveram-se constantes em março (18.239), abril (18.102) e
maio (18.271) deste ano. Desde que o CNJ começou a fazer
esse monitoramento estatístico, em novembro de 2008,
os grampos nunca haviam
atingido essas marcas.
Maio foi o último mês do
ano para o qual o CNJ fechou
os dados -os de junho e julho ainda são parciais.
O ministro Gilson Dipp,
corregedor do CNJ, afirmou
que um dos principais motivos para esse crescimento em
relação a 2009 é a realização
de mais operações policiais
neste ano para investigar,
principalmente, corrupção,
lavagem de dinheiro, tráfico
de drogas e pirataria.
Os dados fazem parte da
chamada Central Estatísticas
de Escutas Telefônicas, criada em 2008 pelo então presidente do CNJ, Gilmar Mendes, em meio a críticas ao que
ele chamava de "Estado policialesco" e "espetacularização" das operações policiais.
As estatísticas caíram após
a criação da central. Nos seus
cinco primeiros meses de vida, houve redução de 12.076
escutas legais, em novembro
de 2008, para 10.366, em
março de 2009, quando os
dados haviam sido divulgados pela última vez.
Na época, Dipp afirmou
que a diminuição era consequência da uma maior cautela da polícia e dos juízes.
Hoje ele diz que, mesmo
com o aumento, não se pode
dizer que o país vive aquele
chamado "Estado policial".
"Mas a criação desse monitoramento foi fundamental
para esclarecer dados que
haviam sido divulgados pela
CPI [dos grampos] em 2008",
declarou Dipp à Folha.
Naquele ano, a CPI apontou, com base em informações das empresas de telefonia, que haviam sido feitas
pelo menos 375.633 escutas
telefônicas com autorização
judicial em 2007.
"Constatamos que as empresas telefônicas contabilizavam dados que não deviam ser levados em conta,
como pedidos de renovação
das escutas", disse Dipp.
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