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Campanha blinda Dilma em entrevistas
DO RIO
DE SÃO PAULO
Um forte aparato de segurança e cerimonial nas entrevistas de Dilma Rousseff (PT)
ajudou a blindá-la nos últimos dias de perguntas sobre
a demissão de sua ex-braço
direito Erenice Guerra e sobre o fato de que as acusações de lobby atingem o período em que a própria candidata comandava a Casa Civil.
A estratégia, que vem sendo adotada desde o início da
campanha e reproduz o modelo de entrevistas da Presidência da República, ajuda a
afastar Dilma do contato direto com os jornalistas.
Mas os cuidados foram reforçados desde o início da
crise de Erenice. Além do
púlpito usual e da tradicional
limitação do número de perguntas, começou a haver
uma escolha sem critério claro de quais veículos podem
dirigir questões à candidata.
Ontem, Dilma deu entrevista em Juiz de Fora. Falou
só sobre temas regionais e,
na única vez em que foi questionada sobre Erenice, disse
que não estava informada e
se recusou a comentar.
Anteontem, na Associação
Comercial do Rio, dia da queda de sua ex-assessora e sucessora, ela só falou sobre o
tema por cinco minutos.
Dilma usou um acesso exclusivo e concedeu entrevista no auditório, ao qual chegou por entrada isolada.
Respondeu a sete perguntas em 17 minutos. Dessas,
apenas duas faziam referência à crise na Casa Civil.
Jornalistas da "Folha do
Turismo" (tiragem de 50 mil
exemplares) e da "Folha Dirigida" (150 mil), escolhidos
para perguntar, questionaram sobre temas de interesse
específico das publicações.
Assim como a Presidência
da República faz, a assessoria de Dilma envia uma equipe precursora que traça o caminho que a candidata fará
do carro até o local de seu
compromisso de campanha.
Busca sempre mantê-la
distante dos jornalistas. Seguranças e assessores impedem que a candidata responda perguntas de improviso.
Nos comícios, há credenciamento de imprensa -algo
que não ocorre usualmente
com candidatos. Os jornalistas ficam sempre num "cercadinho" distante do palco.
Nas entrevistas, Dilma fica
sempre a pelo menos dois
metros de distância dos jornalistas. Um pedestal transparente é usado para amparar microfones e gravadores,
e uma faixa de segurança garante que ninguém se aproxime.
(PLÍNIO FRAGA E ANA FLOR)
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