São Paulo, segunda-feira, 18 de outubro de 2010

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ANÁLISE

Pancadaria, agora, só em jingle de rádio e em programa de TV

ELIANE CANTANHÊDE
EM SÃO PAULO

Saíram o aborto e Deus, citado uma única vez, no início, por Dilma Rousseff (PT). E entrou o amor, palavrinha mágica que José Serra (PSDB) puxou ao falar de programas para deficientes e que Dilma encampou nas considerações finais.
O debate Folha/RedeTV! marcou um recuo na estratégia da campanha de Dilma, que tinha ido para o ataque no encontro anterior e ontem optou por uma linha mais sóbria, menos agressiva.
Já Serra manteve o mesmo tom, ora professoral, ora irônico. E os dois preferiram cutucadas e provocações pontuais a ataques de conteúdo.
Pancadaria, agora, só acessoriamente no horário eleitoral da TV e principalmente nos jingles do rádio.
Dilma insistiu no tema privatização, e Serra caiu na armadilha de comparar os governos Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso, cobrando o que ele considerou recuos no Enem, na saúde, no Fundo de Amparo ao Trabalhador e classificando o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) de "publicitário".
Dilma investiu várias vezes contra programas tucanos durante as gestões Serra e Geraldo Alckmin, mas o tucano ironizou: "Parece até que ela é candidata ao governo de São Paulo".
Na disputa pela paternidade de programas, que marcou boa parte do debate, Dilma citou a Rede Cegonha e Serra, o Mãe Paulistana, quando Marta Suplicy gritou na plateia: "Epa!".
Como era de esperar, o bloco mais emocionante, para candidatos e plateia, foi o das questões das jornalistas. Até o gestual de Dilma e de Serra muda nessa hora, quando o debate sai do previsível.
O tucano atrapalhou-se para explicar que não conhecia Paulo Preto, apelido de um funcionário do governo paulista suspeito de ter fugido com R$ 4 milhões da campanha tucana.
Já Dilma tinha na ponta da língua a resposta para a pergunta sobre Erenice Guerra, sua substituta na Casa Civil, acusada de nepotismo e de montar uma central de tráfico de influência no principal ministério do governo.
Nunca antes Dilma tinha sido tão dura com Erenice: "Ela errou", disse, manifestando "indignação". E lembrou que a ministra foi afastada e tudo está sendo investigado -ao contrário do que ocorre com Paulo Preto. Após Lula versus FHC, agora é Erenice versus Paulo Preto.


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