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ANÁLISE
Pancadaria, agora, só em jingle de rádio e em programa de TV
ELIANE CANTANHÊDE
EM SÃO PAULO
Saíram o aborto e Deus, citado uma única vez, no início, por Dilma Rousseff (PT).
E entrou o amor, palavrinha
mágica que José Serra
(PSDB) puxou ao falar de
programas para deficientes e
que Dilma encampou nas
considerações finais.
O debate Folha/RedeTV!
marcou um recuo na estratégia da campanha de Dilma,
que tinha ido para o ataque
no encontro anterior e ontem
optou por uma linha mais sóbria, menos agressiva.
Já Serra manteve o mesmo
tom, ora professoral, ora irônico. E os dois preferiram cutucadas e provocações pontuais a ataques de conteúdo.
Pancadaria, agora, só
acessoriamente no horário
eleitoral da TV e principalmente nos jingles do rádio.
Dilma insistiu no tema privatização, e Serra caiu na armadilha de comparar os governos Luiz Inácio Lula da
Silva e Fernando Henrique
Cardoso, cobrando o que ele
considerou recuos no Enem,
na saúde, no Fundo de Amparo ao Trabalhador e classificando o PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento)
de "publicitário".
Dilma investiu várias vezes contra programas tucanos durante as gestões Serra
e Geraldo Alckmin, mas o tucano ironizou: "Parece até
que ela é candidata ao governo de São Paulo".
Na disputa pela paternidade de programas, que marcou boa parte do debate, Dilma citou a Rede Cegonha e
Serra, o Mãe Paulistana,
quando Marta Suplicy gritou
na plateia: "Epa!".
Como era de esperar, o bloco mais emocionante, para
candidatos e plateia, foi o das
questões das jornalistas. Até
o gestual de Dilma e de Serra
muda nessa hora, quando o
debate sai do previsível.
O tucano atrapalhou-se
para explicar que não conhecia Paulo Preto, apelido de
um funcionário do governo
paulista suspeito de ter fugido com R$ 4 milhões da campanha tucana.
Já Dilma tinha na ponta da
língua a resposta para a pergunta sobre Erenice Guerra,
sua substituta na Casa Civil,
acusada de nepotismo e de
montar uma central de tráfico de influência no principal
ministério do governo.
Nunca antes Dilma tinha
sido tão dura com Erenice:
"Ela errou", disse, manifestando "indignação". E lembrou que a ministra foi afastada e tudo está sendo investigado -ao contrário do que
ocorre com Paulo Preto. Após
Lula versus FHC, agora é Erenice versus Paulo Preto.
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