DE SÃO PAULO

Os candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) restringiram a um único aperto de mão o cumprimento de praxe durante o debate Folha/Rede TV!. Fora do estúdio, assessores se esforçaram para evitar contato desde os camarins.
Instalados lado a lado, Dilma e Serra só se viram na chegada ao palco. A caminho do estúdio, a equipe da petista impediu que ela saísse antes da passagem de Serra.
"Agora, pode sair", orientou Monica Moura, mulher do marqueteiro João Santana, quando Dilma ainda estava fechada no camarim.
Como Dilma deixou o camarim segundos depois, conteve o passo para não esbarrar com o adversário ainda no corredor. O clima de animosidade contaminou mais a plateia do que as intervenções dos candidatos.
A manifestação dos convidados mais pareceu uma guerra de torcidas.
As trocas de vaias e aplausos eram tantas que um funcionário ficou encarregado de acalmar a plateia.
Dilma chegou ao estúdio da Rede TV! orientada para confrontar o tucano com dados sobre o PCC e educação -áreas em que ela saiu melhor nas pesquisas qualitativas petistas. O objetivo era desconstruir a imagem de bom gestor do adversário e questionar sua capacidade de fazer pelo Brasil o que ele não teria feito por São Paulo, de acordo com os petistas.
Já Serra foi orientado para formular frases que servissem para seu programa de TV. Seja para responder a ataques de Dilma, seja para pontuar diferenças. Serra ficou até as 5h se preparando para o encontro.
Sentado atrás do ex-ministro Antonio Palocci, o recém-eleito deputado Protógenes Queiroz (PC do B) passou para o coordenador da campanha de Dilma documentos sobre privatizações.
De tão engessados, Serra e Dilma deixaram os estúdios dizendo que não acreditam em um reflexo do debate no quadro eleitoral.
Petistas comemoraram o fato de o tema do aborto não ter aparecido na pauta. Eles creditam a estratégia tucana a episódios recentes, como a descoberta de panfletos contra Dilma e depoimentos de ex-alunas de Monica Serra -que estava na plateia- de que ela teria feito um aborto.


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