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Dilma promete zerar tributo de serviços
Petista diz que, se eleita, isentará de PIS e Cofins empresas que atuam em saneamento, energia e transportes
Bandeira do tucano José
Serra, fim do imposto do
saneamento foi vetado
por Lula e é alvo de um
projeto do Congresso
FABIO VICTOR
DE SÃO PAULO
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, prometeu acabar com a cobrança dos impostos PIS e Cofins
para as áreas de saneamento, energia e transportes.
Zerar o PIS (Programa de
Integração Social) e o Cofins
(Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) do saneamento é uma
das propostas marteladas pelo adversário de Dilma, o tucano José Serra, que usa o tema para atacar a atuação do
governo na área.
Em 2007, o presidente Lula
vetou um artigo da Lei de Saneamento que previa isenção
para o setor, sob a alegação
de risco ao equilíbrio fiscal.
Tramita no Congresso um
projeto, do senador Francisco Dornelles (PP-RJ), com esse objetivo -foi aprovado no
Senado e encaminhado para
revisão da Câmara.
Dilma declarou que as
isenções seriam condicionadas a uma redução de tarifas
ao consumidor. No caso dos
transportes, significaria, disse ela, baixar o preço das passagens de ônibus, "porque
senão você está passando o
recurso não para o consumidor, mas para a empresa".
Quanto ao setor energético, a candidata afirmou que
não basta a redução do PIS e
do Cofins, pois a maior incidência tributária é de ICMS
(Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços), e
que precisaria ser feito um
acordo com governadores sobre a redução.
Hoje, a alíquota de PIS e
Cofins para saneamento e
para energia é de 9,25%. A de
transportes é de 3,65%.
PESSOA NO MUSEU
Dilma foi ontem de manhã
ao Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, onde
visitou exposição dedicada
ao poeta português Fernando Pessoa (1888-1935), de
quem disse gostar muito.
Ela recomendou aos jornalistas, "que lidam com a palavra", que visitassem a exposição e disse que não ficou
mais tempo (gastou cerca de
50 minutos) porque não gosta de "criar tumulto". "E eu
chego, cria um pouco de tumulto. Então, outra hora da
vida aí eu volto aqui pra
olhar direitinho."
A petista elogiou o museu,
definido como "extremamente criativo". A instituição
é administrada por uma OS
(organização social), entidade privada que tem contrato
com a Secretaria de Estado
da Cultura, do governo tucano em São Paulo.
Questionada sobre o modelo das OS, utilizado também na área de saúde e tido
por setores do PT como uma
privatização branca dos serviços públicos, a candidata
disse que depende do caso.
"Para um lugar, o modelo
de OS pode ser efetivo, para
outro, não. A gente não pode
ser fundamentalista e achar
que um modelo é ruim e outro é bom. Acho que aqui tem
uma parceria importante do
Iphan [instituto federal para
a preservação do patrimônio
cultural do país] com a Secretaria de Cultura e com órgãos
da sociedade."
Dilma prometeu que, se
eleita, criará uma Olimpíada
da Língua Portuguesa, à maneira do que já ocorre na matemática. Ela voltou a criticar
a progressão continuada
adotada na rede estadual de
ensino paulista, chamando o
sistema de "crime contra as
nossas crianças".
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