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Gráfica de tucana fez panfletos anti-PT
PF apreendeu 1 milhão de folhetos em empresa que pertence à irmã de um coordenador de campanha de Serra
Apreensão foi decidida
pelo TSE após pedido do
PT; assessor de Serra e
a campanha do tucano
negam ligação com caso
BRENO COSTA
DE SÃO PAULO
A Polícia Federal apreendeu ontem, por determinação da Justiça Eleitoral, cerca
de 1 milhão de panfletos que
pregam voto contra o PT devido à posição favorável à
descriminalização do aborto.
A gráfica que imprimia os
jornais pertence à irmã do
coordenador de infraestrutura da campanha de José Serra
(PSDB), Sérgio Kobayashi.
Arlety Satiko Kobayashi é
dona de 50% da Editora Gráfica Pana Ltda, localizada no
Cambuci, na capital paulista.
A empresária é filiada ao
PSDB desde março de 1991,
segundo registro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
O ministro do TSE Henrique Neves concedeu liminar
para a apreensão dos panfletos atendendo a representação do PT para apuração de
crime de difamação. O partido também pede investigação sobre quem pagou a impressão do material.
Sérgio Kobayashi atribuiu
ontem a uma coincidência o
fato de a gráfica Pana ter sua
irmã como sócia. A assessoria da campanha de Serra negou qualquer relação entre o
candidato e a produção dos
panfletos, nem por meio de
encomenda, financiamento
ou indicação de gráfica.
"A campanha de José Serra não aceita a insinuação de
conluio de qualquer tipo entre a atividade eleitoral e a
Igreja Católica. É um desrespeito à Diocese de Guarulhos
e à própria Igreja imaginar
que possam ser correia de
transmissão de qualquer
candidatura. A Igreja Católica não é a CUT", diz a nota.
Responsável pelo contato
com a gráfica, Kelmon Luís
de Souza afirmou que encomendou 20 milhões de panfletos em nome da diocese e
que o dinheiro para a impressão veio de "doações pesadas de quatro ou cinco fiéis".
NOTA DA CNBB
Bispos do braço paulista
da CNBB divulgaram nota
ontem na qual dizem que
"não patrocinam a impressão e a difusão de folhetos".
Contudo, o bispo que assina
a nota de ontem, dom Nelson
Westrupp (de Santo André),
presidente a Regional Sul 1
da CNBB, é um dos que assina o texto reproduzido nos
panfletos apreendidos.
"O Regional Sul 1 da CNBB
desaprova a instrumentalização de suas declarações e
notas e enfatiza que não patrocina a impressão e a difusão de folhetos a favor ou
contra candidatos", diz a nota divulgada ontem em Indaiatuba (SP). Os bispos que
comandam a regional não
quiseram falar após a
apreensão dos panfletos.
Cerca de 50 bispos paulistas se reuniram durante duas
horas anteontem para redigir
a nota que demonstra o recuo
da regional. Eles avaliaram
que o erro do texto de agosto,
já retirado do site da regional, foi ter citado o PT e ter
feito referência a Dilma.
"O erro que foi a apresentação de siglas partidárias.
Isso não poderia ter acontecido", disse o bispo de Limeira,
d. Vilson Dias de Oliveira.
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