São Paulo, terça-feira, 18 de outubro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Governo cobra de ONGs R$ 26,5 mi por desvios no Esporte

Órgão de controle interno pede ressarcimento de verbas repassadas pelo ministério a entidades e prefeituras

Superfaturamento e outras irregularidades em convênios fizeram cobrança aumentar 5.000% desde 2006

DIMMI AMORA

DE BRASÍLIA

A cobrança para devolução de dinheiro de contratos irregulares de ONGs e governos com o Ministério do Esporte soma R$ 26,5 milhões.
Ao todo, 67 convênios da pasta são considerados irregulares pela CGU (Controladoria-Geral da União), sendo que os acordos feitos diretamente com Estados e municípios somam R$ 3 milhões.
Segundo o órgão, responsável por analisar os processos, os pedidos de restituição de verbas repassadas pela pasta cresceram 5.020% nos últimos cinco anos, de R$ 44 mil para R$ 10 milhões.
Entre as irregularidades apontadas estão compras superfaturadas, entrega de lanches em quantidades abaixo da prevista e contratação de empresas com sócios ligados às próprias ONGs que receberam recursos do ministério.
Em um dos casos, a CGU descobriu que um equipamento foi comprado com preço 2.700% acima do mercado. Em outro, técnicos apontaram que o governo pagava por kits de lanches com caixas de 200 ml de leite, mas elas tinham apenas 100 ml.
Em 2006, a CGU encaminhou pedidos de devolução de dinheiro de dois convênios do Esporte, que, juntos, somavam R$ 43,6 mil.
Em 2010, foram 25 convênios tidos como irregulares, num total de R$ 10,3 milhões.
No primeiro semestre deste ano, a CGU concluiu processos que apontam problemas em mais oito convênios e pedem a devolução de outros R$ 2,2 milhões.
O maior pedido de ressarcimento envolve as associações de kung fu dirigidas pelo policial João Dias, que em entrevista à revista "Veja" afirmou que o ministro Orlando Silva recebia propina proveniente dos convênios com as ONGs. O ministro nega.
A soma dos pedidos de devolução contra estas entidades é de R$ 3,3 milhões.
A Controladoria enviou os processos para o TCU (Tribunal de Contas da União) fazer a cobrança. No tribunal, os gestores envolvidos podem contestar as acusações.
Em 2006, fiscais do TCU encontraram diversas irregularidades nos projetos do ministério e determinaram que ele controlasse melhor o Programa 2º Tempo.
Mas em 2009 os fiscais voltaram a detectar os mesmos problemas no programa.

Colaborou FILIPE COUTINHO, de Brasília


Texto Anterior: Painel
Próximo Texto: Outro lado: Cobrança resulta de fiscalização, afirma ministério
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.