São Paulo, terça-feira, 18 de outubro de 2011

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Para se defender de acusações, ministro quer ser investigado

Silva pede abertura de apuração na Procuradoria-Geral e audiência em comissão de ética e acerta fala na Câmara

Ministro ataca o policial que o acusa de receber propina: 'Não é possível que um criminoso vire uma fonte de verdade'

RENATO MACHADO

DE BRASÍLIA

O ministro do Esporte, Orlando Silva (PC do B), afirmou ontem que vai à Justiça para se defender das acusações de receber propina.
Silva jogou para o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), a responsabilidade por ter indicado um encontro com o policial João Dias Ferreira, que fez acusações ao ministro.
Silva disse que se encontrou apenas uma única vez com o policial, "entre 2004 e 2005". Na ocasião, ele era secretário-executivo do ministério e Agnelo, o ministro.
A audiência teria sido realizada para que o policial apresentasse os trabalhos desenvolvidos por sua entidade em Sobradinho (DF).
"Agnelo é correto, é uma pessoa bem-intencionada, talvez tenha agido de boa-fé, acreditou nas intenções, nas atitudes apresentadas por determinadas pessoas", disse.
"Não quero crer que o governador tivesse qualquer informação que fosse desabonadora. Se assim fosse, sequer receberia essa pessoa."
A assessoria de Agnelo informou que o policial teve seu pedido de audiência encaminhado ao ministério porque era o presidente da Federação Brasiliense de Kung Fu e militante do PC do B.
"Faz parte da rotina a realização dessas audiências, sendo impossível o ministro atender a todos. Por isso, diversos são reencaminhados ao secretário-executivo."
O ministro acionou diversos órgãos para apurar as acusações. Ele pediu abertura de investigação na Procuradoria-Geral da República e uma audiência na Comissão de Ética da Presidência.
Silva irá hoje a sessão das comissões de Turismo e Desporto e da de Fiscalização e Controle, na Câmara.
O ministro já havia solicitado que a Polícia Federal investigasse o caso. A PF irá ouvir hoje o policial.
"Repudio veementemente as falsidades informadas no último fim de semana, mentiras cuja fonte são bandidos. Por isso, minha decisão de tomar uma série de medidas para restabelecer a minha própria honra", disse.
E voltou a atacar seu delator: "Estou confiante para que a verdade seja reestabelecida, não é possível que um criminoso se converta numa fonte de verdade."
O policial João Dias foi preso no ano passado por irregularidades em convênios.
O ministro disse que sua pasta não vai mais firmar convênios do programa Segundo Tempo, alvo de suspeitas de irregularidades, com entidades não públicas.
Silva afirmou que realizou um chamamento público para fechar novos acordos com municípios, Estados, universidades e órgãos federais.


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