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Governo banca festa de R$ 15 mi para assentados
Feira para pequenos agricultores terá itens de luxo como painéis de LED
Segundo o coordenador do evento, intenção é fazer um evento com a qualidade comparável aos da agroindústria
DIMMI AMORA
DE BRASÍLIA
Uma festa para pequenos
agricultores e famílias de assentados da reforma agrária,
em Brasília, está orçada em
R$ 15,8 milhões.
São recursos do orçamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário, que ainda
captou, por meio de uma
ONG, mais R$ 1 milhão
-quase a totalidade desse
valor foi obtida de estatais.
Trata-se da 7ª Feira Nacional da Agricultura Familiar e
Reforma Agrária (Brasil Rural Contemporâneo), que começou na quarta-feira e termina amanhã em Brasília.
Foram gastos R$ 13,7 milhões para montagem do
evento e o restante será usado para transporte, publicidade e hospedagem.
O custo total da feira, que
teve a visita do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva na
quinta-feira, é o equivalente
ao do evento de 2009, realizado no Rio de Janeiro.
A festa, que conta com a
apresentação de Paulinho da
Viola e Lenine, tem painéis
de tecnologia LED, telão
"double screen", coqueiros
cenográficos e pisos de vidro,
entre outros itens de luxo.
Alguns dos artigos que faziam parte do contrato não
foram instalados, como brinquedo no espaço reservado
para as crianças e arranjos de
paisagismo, como coqueiros
na entrada. Uma estrutura de
R$ 53,6 mil que deveria estar
na rodoviária da cidade, para
dar apoio ao público, nem
chegou a ser montada.
O palco no qual o presidente discursou teve custo
de R$ 1.674.100,80 para
montagem, iluminação, sonorização e colocação de painéis de LED.
O coordenador da feira
Luiz Felipe Nelsis, do Desenvolvimento Agrário, afirmou
que não há itens luxuosos no
evento e que a intenção do
ministério é fazer um evento
com a qualidade comparável
aos da agroindústria.
"Não é porque é para uma
população mais pobre que
não vamos fazer uma coisa
boa. Queremos mostrar que
[a agricultura familiar] não é
um rural atrasado", afirmou.
Ele disse também que já foram suprimidos R$ 2,233 milhões do custo total, referentes ao que não foi entregue
pela empresa contratada. Segundo Nelsis, a Controladoria-Geral da União faz a fiscalização dos gastos.
A empresa responsável pela montagem do evento foi a
Carla Dias Viagens e Eventos,
que venceu um pregão eletrônico com o valor de R$ 13,7
milhões. O pregão foi realizado pelo preço global, não pelo preço de cada item.
PROBLEMAS
Carla Dias, proprietária da
empresa, afirmou que, por
problemas técnicos, não foi
possível instalar todos os
itens e que o ministério foi informado do assunto.
"Não podíamos ficar mexendo ali para não prejudicar
a estrutura", afirmou ela, ao
citar os coqueiros que seriam
colocados na entrada.
Atanagildo Brandolt, diretor do Instituto Latinoamerica, ONG que captou recursos
de patrocínio, afirmou que
foi convidado pela terceira
vez pelo ministério para receber e pagar aos artistas.
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