São Paulo, segunda-feira, 19 de julho de 2010

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Painel

RANIER BRAGON - painel@uol.com.br

Versão final

O PT reúne hoje em Brasília os partidos da coligação de Dilma Rousseff para discutir a revisão do seu programa de governo. Apesar da retirada de propostas da ala petista mais à esquerda, sobreviveram pontos como a avaliação de que TVs e rádios são "pouco afeitas" ao pluralismo e ao debate democrático.
O presidente do PT, José Eduardo Dutra, diz que será estabelecido prazo para apresentação da nova roupagem do programa - possivelmente 10 de agosto - e afirma não saber se a crítica à mídia ficará ou cairá. O PMDB, parceiro mais "musculoso" da coligação, irá à reunião com o firme propósito de tirá-la do texto.



Borracha O governador Eduardo Campos (PE), presidente do PSB, afirma estar lendo com lupa o texto que seu partido levará à reunião. "Já tirei um bocado de coisa e ainda falta tirar outro tanto."

Cifrado 1 Na apressada lipoaspiração que promoveu na primeira versão do programa, o PT deixou intocado o compromisso de criar um "novo arcabouço jurídico-administrativo [...] coerente e afinado com o projeto nacional de desenvolvimento democrático e popular".

Cifrado 2 A expressão dá margem a interpretações que envolvem o Tribunal de Contas da União e as regras de licenciamento ambiental, alvos frequentes de críticas de Lula, e até os limites para o endividamento dos Estados.

Moita Petistas combinaram no fim de semana dar repercussão mínima ao surgimento de um ex-funcionário do Planalto que disse à "Veja" haver prova de que Dilma teve um encontro com a ex-secretária da Receita Lina Vieira em 2008. O discurso é que falta credibilidade ao ex-funcionário e à história.

Extra! Após jantar com aliados na semana passada, José Eduardo Dutra disse que a arrecadação da campanha petista tem sofrido porque muitos empresários têm "escorpião no bolso". Elo do PT com o empresariado, Antonio Palocci riu muito, mas não quis fazer comentários: "Vocês já têm a frase do dia."

Na rede A campanha de Aloizio Mercadante (PT) ao governo de São Paulo lançará hoje ofensiva em favor das lan houses. O discurso é que as gestões tucanas perseguem os estabelecimentos.

Nanico surpresa A totalização pelo TSE das candidaturas impugnadas em todo o país revelava na tarde de sexta-feira um dado surpreendente. Até aquele momento, o nanico-ideológico PSOL liderava o ranking dos candidatos sob contestação judicial: 149. Colado, vinha o PPS, com 148 sob ameaça. Em seguida, o PMDB, com 134, e o PT, com 112.

Guichê Um dos partidos que mais brigou pela Lei da Ficha Limpa, o PSOL acabou falhando em geral na entrega de documentação e no cumprimento de formalidades. "Até a Heloísa Helena está na lista. Isso revela inexperiência e uma certa falta de estrutura do partido, mas fomos rigorosíssimos com a ficha limpa. Se alguém passou na peneira, não terá a defesa do partido", diz o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ).

Nos embalos Em tour pelo Nordeste, José Serra, 68, escreveu no Twitter: "Ainda se diz "um agito" ou caiu de moda? Hoje foi um agito." Seguidores lhe sugeriram: "Bombou, irado, punk."

Refresco Durante passeio por mercado em Goiânia, na sexta, Marina Silva (PV) comprou um pote de pimenta biquinho, menos ardida, e ainda filosofou sobre a coisa: "É o maior exemplo de que é possível fazer política sem agredir as pessoas."
com SILVIO NAVARRO e LETÍCIA SANDER

Tiroteio

"Lula começou mais uma campanha eleitoral, desta vez para tentar salvar do naufrágio a candidatura que ele inventou."


DO SENADOR SÉRGIO GUERRA (PE), presidente do PSDB, sobre o comício em que o presidente pediu votos para Dilma Rousseff (PT), sexta-feira, no Rio.

Contraponto

Moqueca baiano-capixaba

O governador Paulo Hartung (PMDB-ES) citou na quinta-feira um exemplo bem-humorado de por que há políticos que se destacam mais do que outros. Ele participava, ao lado de Lula e do presidente da Petrobras, José Gabrielli, de evento da estatal em Vitória.
- Uma vez o Gabrielli veio aqui e falou que moqueca era baiana. Eu disse: "Olha, é por isso que o senhor é presidente da Petrobras e Lula é presidente do Brasil. Se Lula estivesse aqui, ele falaria que moqueca é capixaba. Se duas horas depois ele fosse à Bahia, aí sim ele diria que moqueca é baiana."


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