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Filme sobre vida de Lula tem exibição nos EUA ameaçada
Acordo nuclear entre Brasil e o presidente Mahmoud
Ahmadinejad causou o cancelamento, diz produtora
Biografia, que estrearia
em salas americanas no
ano que vem, está agora
sem nenhuma previsão
de distribuiçãonos EUA
VÂNIA CARVALHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
EM NOVA YORK
O filme "Lula, o Filho do
Brasil" corre o risco de ficar
de fora do circuito de salas de
cinema nos Estados Unidos.
Segundo a produtora Paula Barreto,
irmã do diretor Fábio
Barreto, os planos de sucesso
da cinebiografia no
maior mercado de cinema do
mundo teriam naufragado
após o acordo nuclear negociado
por Brasil e Turquia
com o presidente iraniano
Mahmoud Ahmadinejad.
Imagens de Lula celebrando
com o Ahmadinejad teriam
vinculado demais o nome
do presidente brasileiro
ao regime islâmico.
Ahmadinejad é conhecido
por negar o Holocausto judeu na Segunda Guerra Mundial
e prometer a destruição
de Israel. A possibilidade de
o Irã desenvolver uma bomba
nuclear é hoje a principal
preocupação da comunidade
judaica nos Estados Unidos.
"O distribuidor é judeu e
nos disse que era inviável
exibir o filme num cinema
onde a maioria do público é
de judeus", afirmou Paula,
que está em Nova York para o
festival Premiere Brazil, organizado
pelo Museu de Arte
Moderna(MoMA).
O filme sobre Lula foi exibido
ontem pela primeira vez
em solo americano, como
parte da programação do festival.
Uma segunda sessão
vai acontecer na quinta-feira,
29. Essas podem ser as únicas
exibições do longa em cinemas daquele país.
A previsão da distribuidora
era estrear "Lula, o Filho
do Brasil" por lá em 2011. O
plano era repetir a estratégia
usada em "Dona Flor e Seus
Dois Maridos", começando
por Nova York, em uma sala
do Lincoln Plaza, e, depois,
estendendo para salas nas
principais cidades dos EUA.
"SONHO AMERICANO"
Paula Barreto diz que havia
grande expectativa de sucesso
para "Lula, Filho do
Brasil" nos EUA, já que a trajetória
do personagem é o
que se pode descrever como
o "sonho americano".
"A história do Lula tem
muito do modelo de sucesso
deles, do ‘self-made man’, do
homem que desafia todas as
condições [desfavoráveis] e
vence pelo mérito", diz.
Paula não quis revelar o
nome do distribuidor americano
que desistiu do filme,
afirmando que mantém um
relacionamento antigo e de
amizade. "Eles distribuíram
outros filmes da nossa produtora
nos Estados Unidos,
como o ‘Dona Flor’ e o ‘Bye
Bye,Brazil’",disse, acrescentando
que os exibidores
"adoraram" o filme de Lula.
A página de divulgação de
"Lula, o Filho do Brasil" na
internet cita a distribuidora
norte-americana Miramax
como parceira no projeto.
A Miramax tem entre seus
fundadores o judeu Harvey
Weinstein, um dos mais influentes
executivos do cinema americano.
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