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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010
Marqueteiro pede a Serra que baixe o tom
Faltando cerca de 30 minutos para o fim do debate, Gonzalez recomenda a tucano que amenize ataques a Dilma
Publicitário do PT faz elogios ao desempenho de Marina, que recebeu conselhos de sua equipe dos tempos de governo
DE SÃO PAULO
No intervalo do quarto para o quinto bloco do debate, o
assessor de comunicação de
José Serra (PSDB), Marcio
Aith, passa o celular para o
candidato. Na linha, está o
marqueteiro Luiz Gonzalez,
que acompanha à distância o
desempenho de seu cliente.
A recomendação, já na reta final do confronto, é clara:
hora de baixar o tom, já significativamente mais elevado
do que o do debate na Band,
semana passada.
Era o primeiro contato entre os dois. Serra seguiu o
conselho, assim como a dica
de sua assessoria para falar
de internet, de forma a atingir o público alvo do debate.
Antes, o tucano já falara ao
telefone com a mulher, Monica Serra, com a filha Verônica e com uma das netas. A todos, perguntou: "Como você
acha que eu fui?".
Os conselhos que se seguiam à pergunta tinham como fio condutor o tom e os
gestuais de Serra. "A temperatura está boa", cochichou
Felipe Sotello, assistente de
Gonzalez, um bloco antes da
ligação do marqueteiro.
Quanto ao conteúdo, tudo
foi preparado com antecedência. Um caderno dividido
em quatro guias: "Dilma",
"Marina", "internautas" e
"repertório", este último para "refrescar a memória" de
Serra, segundo Sotello, autor
do levantamento.
Na bancada, o tucano tinha ao alcance das mãos
uma armadura para resistir a
eventuais ofensivas nas perguntas de adversários, internautas e jornalistas.
Tratava-se de um resumo
com números e tabelas sobre, entre outros temas espinhosos, enchentes em SP e a
epidemia de dengue que
coincidiu com sua passagem
pelo Ministério da Saúde.
Não precisou usar.
MARINA
Nos intervalos, Marina Silva (PV) era cercada pelo staff
dos tempos do Ministério do
Meio Ambiente, incorporado
à campanha: João Paulo Capobianco, Tasso Azevedo e
Bazileu Margarido.
O marqueteiro Paulo de
Tarso Santos estava na plateia, mas não subiu ao palco
em nenhum momento.
Nos bastidores, atrás do
palco, quem referendava o
desempenho da candidata
era o marqueteiro João Santana, da rival Dilma Rousseff
(PT). Em dois momentos, elogiou o desempenho da candidata verde.
O primeiro deles quando
Marina lançou uma frase de
efeito sobre doações de campanha: "Se não foi por amor,
que seja com pudor".
"Excelente a minha candidata, não?", perguntou Capobianco, coordenador da
campanha, a Santana.
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