São Paulo, domingo, 19 de setembro de 2010

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Vai, Tiririca

Sondagens eleitorais em curso indicam que o palhaço Tiririca (PR), provável recordista de votos em São Paulo, virou trunfo do PT para assegurar a presidência da Câmara em 2011. Puxador da coligação encabeçada pelos petistas, o dono do bordão "pior que está não fica" permitirá, caso as projeções se confirmem, que o partido de Lula e Dilma Rousseff conquiste até quatro cadeiras adicionais. Isso desempataria a acirrada disputa com o PMDB pela maior bancada.
As duas siglas trabalham para atingir a meta de cem deputados. Embora não exista regra, a base mais numerosa tem mais chances de comandar a Casa.




Retrospectiva 1 A notícia de que o consultor Rubnei Quícoli ameaçou os envolvidos no esquema de tráfico de influência que derrubou Erenice Guerra da Casa Civil deixou Lula especialmente contrariado. Para o presidente, a opção por não denunciar a chantagem seria indicativa de que o filho de Erenice e seus parceiros teriam culpa no cartório.

Retrospectiva 2 Em privado, Lula manifesta a opinião de que os familiares "comprometeram" Erenice. Diz ainda que, quando a história veio à tona, todos os atos dela foram no sentido de proteger o filho, Israel Guerra, e os demais envolvidos.

Viu só? Para completar, o presidente não esconde mais o arrependimento por ter cedido aos apelos de Dilma Rousseff e nomeado Erenice para substituí-la na Casa Civil. Se tivesse escolhido no final de março alguém da confiança dele, acha que nada disso teria acontecido.

Para entender Os Correios são alvo preferencial de quadrilhas e têm presença garantida no noticiário de escândalos, do mensalão à encrenca que derrubou Erenice, em razão de sua elevada liquidez -dinheiro miúdo entrando em fluxo frenético. É por isso que muitos políticos mantêm conexões, quando não "laranjas", na estatal.

Último capítulo PT e partidos aliados já iniciaram a mobilização para o evento público derradeiro da campanha de Dilma. O comício do próximo dia 27, uma segunda-feira, a ser comandado por Lula na praça da Sé, em São Paulo, terá material específico de propaganda.

Fiel 1 Na contramão do que muitos previam, dados os desentendimentos do passado e principalmente o trauma da eleição municipal de 2008, Geraldo Alckmin tem se mostrado o aliado mais firme diante das dificuldades enfrentadas pela campanha de José Serra. Este, hoje, é só elogios ao correligionário.

Fiel 2 Há quem aposte que Alckmin, de novo contrariando previsões, não deixará Serra ao relento caso confirmados os prognósticos de derrota tucana para o Planalto e vitória em São Paulo.

Fiel 3 Alckmin, que poderá emergir da eleição de 2010 como dono do maior estoque de votos do PSDB, pretende fixar uma imagem: a do tucano que não trai.

Cola milagrosa A campanha de Aloysio Nunes (PSDB), em quarto lugar para o Senado por São Paulo, prepara derrama de "colas" com o nome e o número do candidato nos cinco dias que antecedem a eleição. Os tucanos querem atrair eleitores indecisos com impressos produzidos para Serra e Alckmin. Lembram o "efeito Afif" -em 2006, o político do DEM tinha 31% das intenções de voto na véspera do pleito e atingiu 43% nas urnas.

Saldo O contrato do guru da internet Ravi Singh, recém-dispensado da campanha de Serra, era de US$ 10 mil por dia. Ele chegou ao país com a promessa de obter 30 adesões por minuto à ofensiva virtual tucana. Conseguiu sete, em média.

Pano rápido O sobrenome Sarney não aparece na propaganda de Roseana (PMDB) ao governo do Maranhão, by Duda Mendonça.

com LETÍCIA SANDER e FABIO ZAMBELLI

tiroteio

Desqualificar o denunciante é a marca registrada deste governo para não investigar seus ilícitos. Se o sujeito era tão problemático, como teve acesso à Casa Civil?

DO DEPUTADO ARNALDO MADEIRA (PSDB-SP), sobre a alegação oficial de que os antecedentes de Rubnei Quícoli invalidariam as acusações ao filho de Erenice.

contraponto

Contra-regra

Ao iniciar entrevista coletiva no Rio, Dilma teve ajuda, para ligar o microfone, do prefeito Eduardo Paes, que cochichou ao seu ouvido:
-Sou seu assessor de som. Se quiser, depois de ganhar a Presidência, me dar um DAS para isso...
Ele se referia aos cargos de Direção e Assessoramento Superior, comissionados no serviço público. Ela respondeu, rindo:
-Tá bom, me ajuda direito, e eu penso no seu caso.


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