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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010
Apadrinhado de Erenice recebeu propina de R$ 200 mil na Casa Civil, diz revista
Segundo a "Veja", testemunha afirmou que dinheiro era comissão por compra de remédio contra gripe suína
Exonerado na semana passada, assessor teria recebido quantia em espécie por compra extra de medicamento
DE BRASÍLIA
O advogado Vinícius de
Oliveira Castro recebeu um
envelope com R$ 200 mil em
dinheiro de propina dentro
da Casa Civil da Presidência
da República em julho de
2009, logo depois de assumir
um cargo de confiança da ex-ministra Erenice Guerra, segundo a edição da revista
"Veja" desta semana.
O dinheiro, segundo o tio
de Castro e ex-diretor dos
Correios Marco Antonio de
Oliveira disse à revista, era
parte da propina distribuída
na Casa Civil após a compra
sem licitação, no valor de R$
34,7 milhões, de medicamento para combater a gripe suína, em junho de 2009.
Na época do episódio, Erenice ainda era a principal assessora da então ministra
Dilma Rousseff, hoje candidata do PT à Presidência.
Castro foi demitido na segunda-feira após a revelação
de que ele e um filho de Erenice, Israel Guerra, eram sócios da Capital Assessoria,
empresa de lobby que operaria no governo federal.
O suposto esquema de tráfico de influência que operava na Casa Civil levou à queda da ex-ministra Erenice
Guerra, na quinta-feira, após
a Folha revelar que a Capital
cobrou R$ 240 mil e "taxa de
sucesso" de 5% para liberar
empréstimo de R$ 9 bilhões
do BNDES.
ENVELOPE
Em entrevista à "Veja",
Oliveira, que não foi localizado ontem pela Folha, disse
que o sobrinho relatou ter encontrado o envelope na gaveta de sua mesa, a poucos metros do gabinete de Erenice,
ao chegar ao trabalho, pela
manhã.
Além dele, outros três funcionários da Casa Civil teriam
recebido o agrado, conforme
relato da revista.
Erenice, seus familiares e
empresas ligadas ao grupo
são investigados em inquérito aberto pela Polícia Federal
para apurar o caso.
A ex-ministra sofreu "censura" na sexta pela Comissão
de Ética da Presidência por
não ter declarado patrimônio
ao assumir o cargo.
"PP DO TAMIFLU"
Ainda conforme a revista,
Castro perguntou a um colega da Casa Civil do que se tratava o dinheiro. "É a "PP"
[propina] do Tamiflu [remédio em questão], é a sua cota.
Chegou para todo mundo".
A propina teria sido paga
porque o governo adquiriu
mais medicamentos do que o
necessário. O Ministério da
Saúde nega.
Três pessoas saíram da Casa Civil desde que vieram a
público os casos de tráfico de
influência: Erenice, Castro e
Stevan Kanezevic. Os dois últimos foram colegas de Israel
Guerra na Agência Nacional
de Aviação Civil.
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