São Paulo, domingo, 19 de setembro de 2010

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Alckmin intensifica ataques a Mercadante, que reage

Objetivo da campanha do tucano é neutralizar críticas a gestões do PSDB

Vídeo mais forte, que circulou na internet, leva PT a recorrer à PF; campanha tucana nega vínculo com o filme


DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO

Embora evite o confronto em debates, a campanha do candidato tucano ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin, intensificou ataques ao principal adversário, o senador Aloizio Mercadante (PT), no horário eleitoral e nos sites vinculados ao PSDB.
A primeira menção ao petista foi há cerca de três semanas. Na ocasião, no início do programa de TV de Alckmin, um narrador disse que Mercadante faltou à votação no Senado de empréstimo para a modernização da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).
O trecho passou a ser exibido em TV e rádio, e depois a campanha de Alckmin usou o assunto para um jingle.
O petista pediu direito de resposta na Justiça Eleitoral, alegando que no dia da votação tinha presença registrada no painel do Senado.
O pedido, no entanto, foi negado -Mercadante estava no Senado, mas, como houve acordo e a votação foi apenas simbólica, o petista não ficou no plenário na hora da aprovação do projeto.
Depois do jingle, Alckmin exibiu vídeo de 2004, no qual, durante a campanha de Marta Suplicy (PT) à Prefeitura de São Paulo, Mercadante diz ter tirado "uma tarde inteira" para assistir ao programa de José Serra (PSDB), então adversário da petista.
"Não é de hoje que Mercadante falta ao Senado", diz um narrador, na sequência.
Mercadante, por sua vez, faz críticas mais genéricas ao tucano, sem mencionar episódios específicos. Bate, principalmente, no que considera "lentidão" nas obras de infraestrutura no Estado.
Integrantes da campanha do tucano argumentam que os ataques têm como função neutralizar as críticas às gestões do PSDB, há 16 anos no comando do Estado, e desviar o foco do petista.
"Ele [Mercadante] passou um programa de TV inteiro respondendo sobre a falta na votação no Senado", afirma o deputado José Aníbal.
Segundo o último Datafolha, a disputa em São Paulo permanece estável desde o início de setembro. Alckmin venceria no primeiro turno, com 59% dos votos válidos.

GUERRA NA INTERNET
A sucessão de ataques pode levar à judicialização da campanha estadual.
No último dia 16, um vídeo foi publicado no YouTube, desqualificando o candidato do PT. O filme é ilustrado com imagens da campanha do petista, além dos trechos do programa de Alckmin que criticam Mercadante.
Intitulado "Novo jingle de Mercadante", o filme usa uma paródia do jingle oficial do senador para atacá-lo.
O vídeo não tem identificação de autoria, mas está sendo divulgado em blogs de militantes e funcionários do PSDB em São Paulo.
Na peça, Mercadante é vinculado ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), ao mensalão e ao escândalo dos aloprados. "Mercadante é um impostor", diz a letra da música.
Procurada, a assessoria de Geraldo Alckmin negou que a campanha dele tenha qualquer vínculo com o vídeo.
A equipe de Mercadante entrou com uma notícia-crime na Polícia Federal, pedindo a investigação da origem e, em outra ação, a retirada do conteúdo da internet.


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