São Paulo, domingo, 19 de setembro de 2010

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Ser "pulmão do mundo não resolve problema do caboclo", diz Anchieta

DE SÃO PAULO

O governador de Roraima, José de Anchieta Júnior (PSDB), 45, foi um dos maiores críticos da demarcação contínua da terra indígena Raposa/Serra do Sol, decidida na Justiça em 2008. Segundo ele, países ricos querem que o Brasil seja "coleção de árvores a ser mantida em pé". Leia trechos da entrevista, feita por e-mail.

 

Folha - Por que o sr. é contra a criação de novas áreas de conservação no Estado?
José de Anchieta Júnior
- Não dá para concordar com o tecnocrata de plantão que risca propostas de criação ou ampliação de reservas no mapa de Roraima tirado do Google.
É imperativo que a União reconheça o direito dos roraimenses de destinar parte do território à geração de riquezas. [Uma das propostas de parque] é maluquice e lutaremos contra.

Como o sr. quer fazer o PIB do setor primário crescer 20% sem dano à preservação?
Nossa base agrícola é pequena. O crescimento será baseado no aumento da produtividade por hectare mediante tecnologia adequada.

O sr. pensa que Roraima seja punida com pressões internacionais pela Amazônia?
Essa coisa de pulmão do mundo não resolve o problema do caboclo. Enquanto o Sul-Sudeste encarar a Amazônia como almoxarifado de matéria-prima e Brasília achar que resolve a questão criando unidades de conservação, prevalecerá esse regime de destruição.


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