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BB e Petrobras custeiam revista da CUT pró-Dilma
TSE proíbe circulação sob a alegação de que sindicato não pode fazer campanha
Na edição deste mês,
"Revista do Brasil" traz
na capa reportagem
que saúda possibilidade
de vitória da candidata
SILVIO NAVARRO
DE SÃO PAULO
Proibida de circular pela
Justiça Eleitoral pelo conteúdo favorável à campanha de
Dilma Rousseff (PT), a edição
deste mês da "Revista do Brasil", vinculada à CUT (Central Única do Trabalhador),
teve anúncios pagos por Petrobras e Banco do Brasil.
A estatal e o banco confirmam que são anunciantes da
revista, mas se recusaram a
informar o valor repassado.
Ontem, o ministro do TSE
(Tribunal Superior Eleitoral)
Joelson Dias determinou a interrupção da circulação da
revista, cuja tiragem é de 360
mil exemplares mensais.
O responsável pela publicação, Paulo Salvador, disse,
porém, que todas as revistas
já foram distribuídas.
O entendimento do ministro é que a publicação faz defesa aberta da candidatura
de Dilma. Pela Lei Eleitoral,
sindicatos não podem contribuir direta ou indiretamente
com campanhas políticas.
A decisão atende a um pedido da coligação de José Serra (PSDB). O mesmo ministro
do TSE aplicou multa a Serra
e ao diretório tucano na Bahia em julho por propaganda
antecipada em maio.
Diz o TSE: "A representante noticia e traz elementos
que demonstram a divulgação, por entidade sindical,
ou criada por sindicatos, de
mensagens de conteúdo aparentemente eleitoral, em publicações que distribuem e
também em seus sítios na internet, o que, ao menos em
tese, configuraria violação
ao inciso da Lei Eleitoral".
A edição barrada traz uma
foto de Dilma na capa sob o
título "A vez de Dilma - o país
está bem perto de seguir mudando para melhor".
Há, inclusive, foto de Dilma cumprimentando Marina
Silva (PV) em evento com o
presidente Lula. Também inclui reportagem sobre a derrota de oposicionistas da "velha guarda" no Senado.
Em meio à atual polêmica
religiosa, a edição traz o bispo de Jales (SP), dom Demétrio Valentini, enaltecendo
Lula e lembrando que Dilma
é sua candidata.
A despeito da decisão do
TSE, o conteúdo da revista
estava na internet ontem.
O "conselho diretivo" da
revista é formado por dirigentes da CUT e filiados ao
PT, como o presidente da
central, Artur Henrique, e
Maria Izabel Noronha, a Bebel, que comandou greve de
professores contra Serra.
A revista é produzida pela
Editora Gráfica Atitude, administrada em rodízio pelos
presidentes em exercício do
Sindicato dos Metalúrgicos e
do Sindicato dos Bancários.
Já estiveram à frente da
empresa, por exemplo, o deputado estadual eleito Luiz
Cláudio Marcolino (PT), aliado do deputado federal Ricardo Berzoini (PT), e o vice-presidente da CUT, José Lopez Feijóo, membro do "Conselhão" do governo federal.
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