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Políticos têm de perder medo da imprensa, diz Lula
ANA FLOR
DE SÃO PAULO
O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva afirmou ontem
que não haverá liberdade de
imprensa no Brasil "enquanto a classe política não perder
o medo da imprensa".
Lula fez ainda críticas veladas ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso
-que na última semana desferiu ataques à participação
de Lula nas eleições.
O petista chamou ainda de
"leilão de benefícios" as promessas do tucano José Serra,
adversário da petista Dilma
Rousseff na corrida pelo Planalto, dizendo que "é fácil
prometer em eleição".
Lula participou de premiação da revista "Carta Capital". O discurso do diretor de
Redação da publicação, Mino Carta, em defesa do governo e atacando outros veículos de comunicação, foi o
ponto de partida para a nova
crítica de Lula à imprensa.
"Ontem uma revista da
CUT foi proibida de circular
neste país porque trazia a fotografia da candidata Dilma
na capa", disse o presidente.
Em seguida, citou a capa
de uma revista, que não citou
o nome, mas cuja foto de capa seria "um acinte à democracia". "No fundo, no fundo, todo mundo sabe da hipocrisia que reina neste
país", disse o petista.
O presidente afirmou também que tem "orgulho de
nunca ter precisado almoçar
num jornal, numa revista ou
numa televisão". "Faço isso
por independência [...] A única coisa que eu quero é que
digam a verdade e somente a
verdade. Contra ou a favor."
No início do discurso, Lula
havia falado que precisava
ser "comedido" por estar falando como a "instituição
presidente da República".
Em seguida, afirmou que,
ao deixar a Presidência, poderá falar o "que quiser".
"Ex-presidente da República
é como vaso chinês [...] Não
tem utilidade nenhuma [...]
Realmente não vale nada um
ex-presidente. Ele valeria se
ficasse quieto e deixasse o futuro presidente governar."
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