São Paulo, quarta-feira, 19 de outubro de 2011

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Testemunha liga petista a delator de ministro

RUBENS VALENTE
DE BRASÍLIA

Uma testemunha da Operação Shaolin, desencadeada no ano passado pela Polícia Civil do Distrito Federal, disse que recebeu dinheiro e um emprego do policial militar João Dias Ferreira para que "poupasse" o atual governador Agnelo Queiroz (PT) de denúncias de irregularidades no Ministério do Esporte.
Agnelo, que foi ministro entre 2003 e 2006, teve como secretário-executivo o atual ministro, Orlando Silva (PC do B). Silva é acusado pelo policial militar de ter participado de desvios de recursos de um programa da pasta.
Em 2008, Michael Alexandre Viera da Silva, ex-cabo eleitoral de um deputado distrital do PPB, informou ao Ministério Público ter ouvido conversas sobre políticos que recebiam por irregularidades no Ministério do Esporte.
Dois anos depois, Michael Alexandre relatou à Polícia Civil do DF que começou a ser ameaçado pelo policial para que "não falasse com autoridades" sobre o assunto, segundo o depoimento.
Ele, então, afirmou que assinou uma declaração "inocentando Agnelo das acusações que seriam publicadas na imprensa". Em troca, Michael Alexandre disse ter recebido R$ 6.000 e um emprego em uma das academias de ginástica do policial militar.
Disse que decidiu colaborar com a polícia depois que Ferreira teria lhe dito que ele seria morto "se houvesse algum tipo de denúncia". Hoje, ele integra o programa de proteção a testemunhas.
Meses depois desse depoimento, em 2010, ele participou do programa eleitoral da adversária de Queiroz nas eleições do Distrito Federal, Weslian Roriz.
A Operação Shaolin obteve outros indícios da ligação entre Ferreira e Agnelo.
Duas testemunhas disseram que eles eram "amigos", e que Agnelo já participou do aniversário de uma filha do policial militar. Outra testemunha, Alexandre de Souza, disse que o policial militar lhe contou que cedeu um carro "para ser usado por Agnelo na campanha política".


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