São Paulo, quarta-feira, 19 de outubro de 2011 |
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Esporte esvaziou apuração contra ONGs sob suspeita Autor de denúncias contra ministro Orlando Silva diz que recuo aconteceu após ele ameaçar levar caso à imprensa Após 5 dias, ministério voltou atrás no relato à polícia de problemas em contratos para levar esporte a áreas carentes FERNANDO MELLO RENATO MACHADO FILIPE COUTINHO DE BRASÍLIA O Ministério do Esporte ajudou a esvaziar, em 2008, investigação de ONGs do policial militar que hoje acusa o ministro Orlando Silva de desviar dinheiro público. Cinco dias depois de relatar à Polícia Militar do Distrito Federal irregularidades nos convênios com entidades do soldado João Dias Ferreira, o ministério recuou e emitiu ofício pedindo que o parecer fosse desconsiderado. A PM havia aberto uma sindicância interna para investigar os negócios em que o policial estava envolvido. À Folha Ferreira disse que o recuo ocorreu pouco depois de ele fazer ameaças de denunciar à imprensa irregularidades no ministério. Segundo o policial, isso ocorreu em dois encontros no ministério, um deles com a presença de Silva. O ministro afirma que nunca participou de encontros com o delator. A história começou em 6 de março de 2008, quando a Polícia Militar solicitou ao ministério informações sobre os convênios firmados com as duas ONGs do policial. As entidades receberam verba para projetos esportivos. Em 2 de abril de 2008, o ministério informou à PM que os dois convênios estavam inadimplentes e que pediria o ressarcimento de R$ 3 milhões (valores atualizados). Segundo o documento, as entidades apresentaram notas fiscais fora do período de vigência do convênio e não forneceram reforço alimentar às crianças do projeto, contrariando o contrato. No dia 7 de abril, porém, o ministério enviou outro ofício à PM pedindo que a manifestação anterior fosse ignorada e informando que deu mais tempo para que o policial regularizasse a situação de suas entidades, atendendo a pedido do próprio. O ministro alega que a pasta apenas concedeu direito de defesa ao denunciante. O policial diz, porém, que o próprio ministro se comprometeu a resolver os problemas encontrados nas prestações de contas dos convênios envolvendo suas ONGs. "O próprio ministro falou para mim: 'Fique tranquilo que nós vamos regularizar a situação. Não precisa tomar parte ao Ministério Público, à imprensa", disse Ferreira, em entrevista à Folha. Mas, segundo ele, em 2009 sua relação com integrantes do ministério se deteriorou e o acordo foi descumprido. Em agosto de 2009, um ano e meio após conceder mais prazo para defesa, o ministério enviou novo ofício à PM. Nele, informou que foi aberta uma tomada de contas especial, procedimento usado para cobrar a devolução dos repasses de dinheiro público. Colaborou RUBENS VALENTE, de Brasília Texto Anterior: Ministro pagou R$ 370 mil à vista por terreno em Campinas Próximo Texto: Outro lado: Ministro diz que não houve recuo por parte da pasta Índice | Comunicar Erros |
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