São Paulo, domingo, 20 de fevereiro de 2011

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Duas tetranetas de Tiradentes desistem de pedir superpensão

Carolina Ferreira diz que solicitar benefício seria "desgaste" e reclama de repercussão

RODRIGO VIZEU
DE SÃO PAULO

As duas tetranetas de Tiradentes que pretendiam pedir pensão especial do governo pela morte do mártir da Inconfidência disseram que desistiram de reivindicar o benefício. Uma delas, Carolina Menezes Ferreira, 67, argumentou que o pedido traria "muito desgaste".
No último dia 26 de janeiro, a Folha revelou que as irmãs Carolina e Belita Menezes Benther, 71, queriam pedir a pensão.
Uma outra irmã delas, Lúcia de Oliveira Menezes, 65, já recebe o benefício graças a uma lei de 1996.
Em nova entrevista anteontem, Carolina disse que "não quer saber disso" e que ficou incomodada com a repercussão do caso e com o assédio de jornalistas.
"Eu gosto de viver no anonimato, sou uma dona de casa, estou quietinha no meu canto e não gosto de aparecer", afirmou ela.
Belita disse não ter tempo de "mexer com essa papelada" e chamou de irrisório o valor da pensão recebida pela irmã Lúcia, que a beneficiária diz ser de R$ 215.
No mês passado, Carolina afirmou à Folha: "A gente vai correr atrás, sim". Disse também que "os documentos estão todos prontos".
Ela disse que não havia ingressado com o pedido por falta de tempo, mas previu: "A gente sabe que, se entrar, é tranquilo que ganha".
No mesmo dia, Belita disse que Carolina era a responsável por tratar do assunto.
Anteontem, Carolina disse: "Talvez eu tenha me expressado errado". Apesar da desistência, ela insistiu que teria o direito à pensão sob o argumento de que seu tetravô José da Silva Xavier (1746-1792) teve as terras inutilizadas pelo governo português.
Lúcia, a tetraneta que recebe a pensão, disse que suas irmãs desistiram do benefício por incômodo com a exposição que tiveram.
"Elas não estão gostando de vocês ligando para elas."
Lúcia recebe a pensão especial graças a uma lei proposta pelo governo Itamar Franco (1992-1994) e sancionada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).


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