São Paulo, domingo, 20 de fevereiro de 2011 |
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Aécio quer aproximar PSDB de sindicatos Maior alvo dos tucanos é a Força Sindical do deputado Paulinho, que divergiu do governo na questão do mínimo Senador diz que não há social-democracia sem base sindical; serrista diverge de aliado e acha que PT utiliza centrais VERA MAGALHÃES DE SÃO PAULO O encontro com representantes das centrais sindicais na semana passada foi o ensaio de uma estratégia mais ampla do PSDB para tentar obter uma interlocução com as entidades trabalhistas. O diagnóstico é que, para voltar ao poder, o partido precisa ampliar sua base social e romper o monopólio do PT junto às centrais sindicais -que, além de reunirem expressivo número de filiados, dispõem de ampla estrutura de propaganda política. A aproximação com os sindicatos faz parte do projeto do senador Aécio Neves (MG) para tentar se cacifar para a eleição presidencial de 2014. O principal alvo dos tucanos é a Força Sindical, ligada ao PDT do ministro Carlos Lupi (Trabalho) e de Paulo Pereira da Silva, o Paulinho. A aproximação entre Aécio e Paulinho irritou tanto o Palácio do Planalto quanto a ala tucana ligada a José Serra, que defendia R$ 600 para o mínimo. Aécio encampou os valor das centrais: R$ 560. Em Minas, a Força apoiou a eleição de Aécio e do governador Antonio Anastasia. A Social Democracia Sindical e a CGT (Central Geral dos Trabalhadores) também gravitam na órbita tucana. BLOCO MONOLÍTICO Apesar da derrota inconteste que sofreu na votação do mínimo, a oposição avalia que o debate serviu para provocar a primeira cizânia na unidade sindical em torno do governo, inabalável na gestão Luiz Inácio Lula da Silva. Além da já umbilical ligação entre a CUT e o PT, Lula conseguiu fidelizar também as demais entidades. Isso se deu graças à divisão de cargos em organismos do governo e, principalmente, ao repasse do imposto sindical para as seis centrais, o que irrigou seus cofres com R$ 146 milhões desde 2008. Ricardo Antunes, professor de Sociologia do Trabalho da Unicamp, já comparou o movimento feito por Lula à relação entre os sindicatos e Getúlio Vargas, criador do imposto sindical. Outros estudiosos chamaram o fenômeno de "neopeleguismo", novamente em alusão à era Vargas. "Não podemos deixar como única alternativa para essas forças se aliar ao PT", disse Aécio à Folha. Ele argumenta que "não existe partido social-democrata no mundo sem uma seção sindical". Num sinal de que também esse tema não é unânime no PSDB, o senador Aloysio Nunes Ferreira (SP), um dos principais porta-vozes do grupo serrista, acha que o partido não deve buscar com os sindicatos a mesma relação que o PT criou. "Sempre tivemos ponte com o movimento sindical, mas nunca tivemos a intenção de aparelhá-lo." Ele criticou o fato de as centrais serem "alimentadas pelo imposto sindical" e atuarem como "correia de transmissão do governo". Sobre os embates entre sindicatos como a Apeoesp (que reúne os professores paulistas) e o governo tucano em SP, Nunes diz que essas entidades atuam como partidos. "São inimigos dos progressos na educação." Ele defende que a interlocução do PSDB com o movimento sindical se dê por meio de entidades independentes. "Respeitamos a autonomia sindical." OMBUDSMAN Excepcionalmente hoje não é publicada a coluna Texto Anterior: Janio de Freitas: A droga liberada Próximo Texto: Politização e verba escassa freiam renovação militar Índice | Comunicar Erros |
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